O negócio, porém, não está perto de se concretizar, devido à incerteza sobre a retomada das obras da usina nuclear Angra 3 e sobre o próprio programa nuclear brasileiro, ainda inexistente. A coluna apurou que não há negociações formais com potenciais investidores até o momento, pela falta de estudos que indiquem qual será a dimensão dos valores envolvidos.
Sem uma política de estado para a energia nuclear sinalizando que outros investimentos virão pela frente, as grandes companhias estrangeiras, ainda que considerem investir no Brasil uma oportunidade, não têm a segurança para fazer o movimento. Além disso, a Constituição Federal garante monopólio da União sobre essas atividades, o que significa que qualquer acionista privado da Eletronuclear precisará ser minoritário, o que também dificulta esses investimentos. Na empresa responsável por administrar Angra 3, a Eletrobras, privatizada em 2022, tem como sócia a holding estatal ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional).
Inexperientes em nuclear, mas grandes em geração de energia
As empresas brasileiras interessadas em Angra 3, ainda que não tenham expertise nesse segmento energético, avaliam aproveitar a oportunidade para crescer num setor estratégico do ponto de vista global. Segundo uma fonte do mercado de energia nuclear, qualquer investidor que entre na Eletronuclear precisará combinar o conhecimento que a própria companhia construiu internamente com a importação de especialistas e tecnologia de outros países.
A Diamante Energia, do advogado Jorge Nemr e de Pedro Grünauer Kassab, sobrinho de Gilberto Kassab, nasceu com a venda do complexo termelétrico catarinense Jorge Lacerda pela francesa Engie, numa transação fechada em outubro de 2021. A termelétrica a carvão, localizada no sudeste de Santa Catarina, era o principal ativo da Diamante até maio deste ano, quando a empresa fechou a compra do complexo termelétrico de Pecém I, também a carvão, na região metropolitana de Fortaleza (CE).
A empresa, porém, já se prepara para abandonar o carvão e investir em gás natural e em pequenos reatores nucleares, os SMRs (sigla para Small Modular Reactors em inglês). Para se aventurar nessa tecnologia, a Diamante constituiu uma subsidiária, a Núcleo Brasil Energia Participações, com foco em mineração nuclear, ciclo do combustível nuclear, SMRs e irradiação de alimentos (tecnologia que elimina microrganismos nocivos e prolonga a vida útil dos produtos). Nos últimos anos, a Diamante avaliou outras aquisições em geração de energia e chegou a participar da disputa por termelétricas da Eletrobras, nas quais foi derrotada pela Âmbar, da J&F.

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1 mês atrás
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