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Isenção do IR até R$ 5 mil tem potencial inflacionário, avaliam economistas

Proposta ainda depende do aval do Senado antes de ser sancionada. Para atender aos desejos do governo e começar a valer já em 2026, a isenção do Imposto de Renda precisa ser aprovada pelos senadores. Caso a medida seja alterada, ela retornará à Câmara para uma nova votação.

Promessa de campanha do governo Lula tem potencial inflacionário. A reversão da renda extra em consumo é recebida por economistas com receio. O alerta considera que a demanda pelos bens e serviços tende a expandir e resultar na elevação dos preços. "Ao liberar R$ 32,8 bilhões para consumo, há uma pressão de demanda imediata, especialmente nos setores mais sensíveis, como supermercados, serviços pessoais e transportes", afirma Carlos Honorato, professor da FIA Business School.

Principal impacto da isenção deve ser nos preços do setor de serviços. Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, calcula que o benefício tende a elevar em 0,6 ponto percentual o custo dos serviços e resultar no aumento de até 0,2 ponto percentual no IPCA ao final de 2026. Ele avalia que a distribuição gradual inibe um efeito mais expressivo. "Todo mês o contribuinte vai ter um pouco menos de imposto a pagar e o fato de ser diluído minimiza um pouco o impacto", afirma.

Estimativas do governo preveem que 15 milhões serão beneficiados. As projeções apresentadas pelo Ministério da Fazenda consideram que 10 milhões ficarão isentos de imposto de renda. Outros 5 milhões terão a cobrança reduzida por receberem salários entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350.

Efeito inflacionário do benefício tributário não é unanimidade. O presidente do Banco de Ribeirão Preto, Nelson Rocha Augusto, descarta que a isenção representará uma relevante expansão do consumo a ponto de estimular a inflação. "O volume de dinheiro vai depender das despesas que as famílias têm com o endividamento", afirma.

Beneficiados planejam pagar as contas, investir e ampliar o consumo. As possibilidades foram listadas ao UOL por brasileiros que recebem até R$ 5.000. Ainda que a destinação seja diversificada, Honorato explica que qualquer injeção de dinheiro na economia estimula a inflação. "Mesmo que parte dos beneficiados use essa renda extra para amortizar dívidas, o impacto inflacionário não desaparece, apenas muda de tempo e de canal", avalia ele.

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