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Itamaraty espera possíveis sanções de Trump 'sem ansiedade'

Por outro lado, a definição do veredito traz um certo alívio, já que todas as reações de Trump em relação ao Brasil têm esse pano de fundo político. Ontem, Trump disse que assistiu ao julgamento, conhece Bolsonaro e ficou surpreso com a condenação. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, foi mais enfático: os Estados Unidos vão responder "na mesma medidas dessa caça às bruxas". O Itamaraty rebateu afirmando que "as instituições democráticas deram sua resposta ao golpismo".

Há uma avaliação interna de que as semelhanças entre a invasão do Capitólio nos EUA em 6 de janeiro de 2021 e os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023 são tratadas de forma superficial. "O Brasil tem um histórico de intervenções militares. Nosso problema é mais profundo. A Constituição de 1988 criou a vacina: Justiça forte e independente e limites ao Poder Executivo. Não há registro que Trump tenha conversado com militares ou orquestrado um golpe, embora o 6 de janeiro também tenha sido muito grave", compara o embaixador.

O canal de interlocução com os EUA continua obstruído. Não houve novos contatos do ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) com Marco Rubio nem de Fernando Haddad (Fazenda) com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Em relação a uma ligação de Lula para Trump, a avaliação é de que não vale a pena "pagar o mico" de um telefonema de improviso — sem intensa preparação prévia da diplomacia — e ser humilhado como o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Esse embaixador relatou que, logo que Trump foi eleito, em novembro do ano passado, Lula pediu um contato telefônico com o americano. E o governo dos Estados Unidos chegou a propor uma data. Mas foi exatamente na semana da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. Na ocasião, Lula recebia uma série de chefes de Estado, inclusive o então presidente Joe Biden. Não poderia sair para atender a ligação. Depois disso, nunca mais uma nova data foi marcada.

Ainda assim, o Itamaraty entende que nem tudo precisa ser resolvido em nível presidencial. A questão da imigração, quando brasileiros foram deportados dos EUA, no início do governo Trump, foi tratada no nível adequado. Assim como o tarifaço, capitaneado por Haddad, Vieira e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

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