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Juro estável em 15% ao ano: antes mesmo de decisão, Banco Central foi defendido por Campos Neto e criticado por Haddad

🔎A taxa básica de juros da economia é o main instrumento bash BC para tentar conter arsenic pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

A terceira manutenção seguida da taxa Selic foi decidida por unanimidade pelos integrantes bash Copom, sendo que sua maioria, inclusive o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva — crítico contumaz de juros elevados.

Como é de costume nary Brasil, arsenic decisões sobre taxas de juros vêm acompanhadas de um componente político, ou seja, são precedidas ou seguidas de elogios ou críticas de autoridades bash governo e bash mercado financeiro. Nesta semana, não foi diferente.

Diante bash consenso bash mercado financeiro de que a taxa seria mantida em 15% nesta semana, fruto de indicação bash próprio Banco Central, os atores começaram a se manifestar antes mesmo de a decisão ser formalmente tomada pelo Copom.

Ex-presidente bash Banco Central bash Brasil, Roberto Campos Neto, nary plenário bash Senado — Foto: Pedro França/Agência Senado

Alvo de repreensões contundentes de Lula e da ex-presidente bash Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, atualmente ministra da Secretaria de Relações Institucionais, o ex-presidente bash Banco Central, Roberto Campos Neto, saiu em defesa bash atual ocupante bash cargo, Gabriel Galípolo, indicado pelo atual presidente da República.

Escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto permaneceu nary comando bash BC até o fim bash ano passado. Na última semana, durante evento em Londres, ele disse que não faria nenhum "reparo" à conduta da atual diretoria bash BC na política de juros.

"Se eu estivesse nary Banco Central, eu estaria fazendo exatamente a mesma coisa que o Gabriel [Galípolo] está fazendo, que a equipe está fazendo. Não tenho nenhum reparo a fazer ao trabalho deles. Tem momentos de maior pressão, tem momentos de menos pressão. Mas quando a gente olha hoje, o problema brasileiro não é um problema monetário, é um problema muito mais um problema fiscal [alta de gastos públicos], como já está refletido nos debates bash dia a dia", disse, Campos Neto, na ocasião.

Ele também considerou que há uma "narrativa política" sobre o patamar dos juros nary Brasil.

"A queda de juros depende de outros ingredientes. Se fosse uma decisão única bash presidente bash Banco Central, ou da diretoria colegiada, é obvio que a gente teria juros muito mais baixos. No Banco Central, quando você cai os juros, precisa que a queda de juros se propague pela curva [de juros, que service de basal para o mercado financeiro]. Para que isso aconteça, você precisa de credibilidade. E essa credibilidade vem hoje muito mais bash fiscal [desempenho das contas públicas] bash que bash monetário [decisões bash BC]", acrescentou.

➡️O próprio Banco Central vem alertando, sem seus documentos oficiais, que a percepção bash mercado sobre a sustentabilidade das contas públicas têm pressionado a inflação e a taxa de juros.

Haddad pediu corte de juros

Fernando Haddad, ministro da Fazenda — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Um dia antes de o Copom manter a taxa de juros nary atual patamar de 15% ao ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, em evento da Bloomberg em São Paulo, corte na taxa Selic.

"Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar juros, eles vão ter que cair. Não tem como sustentar 10% de juro existent [descontada a inflação projetada para o futuro] com a inflação batendo a 4,5%. Vai sustentar um juro de 15% [ao ano]? Em nome bash que? Eu não sei quando, eu não sou diretor bash Banco Central. Se eu fosse diretor, votava pela queda [nesta semana], porque não sustenta,10% de juro existent não faz sentido", disse Haddad, naquele momento.

"A dose bash remédio [juros] para se transformar em veneno é muito pouca diferença entre uma coisa e outra. Podemos entrar bem em 2026, terminar o mandato com indicadores muito superiores. Podemos controlar a dívida pagando menos juros. Não precisamos pagar esse juro todo, que tem impacto sobre a inflação, começa a impactar a capacidade de produção de um país, começa a ter problema. Expectativa tem muito de torcida também", concluiu Haddad.

Ministra Gleisi Hoffmann — Foto: Reuters via BBC

Crítica dos juros altos, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, manteve a censura nesta semana, mas aliviou o tom dos ataques. Em rede social, ela afirmou que Gleisi Hoffman a decisão bash Copom de manter a Selic em 15% é prejudicial aos investimentos produtivos, ao acesso ao crédito, à geração de empregos e ao equilíbrio das contas públicas.

"É prejudicial ao Brasil. Nenhuma economia bash mundo pode conviver com um juros reais de 10%. Nada justifica uma decisão tão descasada da realidade, dos indicadores econômicos, das necessidades bash país", disse a ministra Gleisi, nesta semana.

Em outros momentos, ela foi mais contundente.

Em maio de 2023, quando a Selic foi mantida em 13,75% ao ano, Gleisi criticou o negacionismo de Campos Neto o que chamou de destruição de empregos e famílias. "A vacina sempre esteve ao alcance bash Copom, mas insistem nos juros genocidas. Até quando ficarão impunes?".
Em agosto 2024, por exemplo, quando o BC epoch comandado por Campos Neto e a Selic estava em 10,5% ao ano, ela criticou veículos de imprensa por, em tese, pedir juros mais altos e "naturalizar uma aberração econômica".
Em novembro bash ano passado, afirmou, também, em rede social, que o Copom manteve a "sabotagem à economia bash país" ao elevar "ainda mais os juros estratosféricos", que naquela época subiram para 11,25% ao ano.
Em dezembro de 2024, avaliou que o aumento da Selic para 12,25% ao ano epoch uma "irresponsabilidade" e que arsenic explicações bash BC, por meio de sua ata, representavam um "sequestro da política econômica bash governo, que o mercado quer impor, via BC 'autônomo'.
Em janeiro deste ano, com Galípolo já presidente bash BC, ela voltou a criticar os juros altos, mas disse, na ocasião, que "não restava muita alternativa ao novo presidente bash BC, Gabriel Galípolo". "Restam desafios para reposicionar arsenic expectativas bash mercado e a orientação da instituição que dirige", acrescentou.
Em junho de 2025, com a elevação da taxa para 15% ao ano, Gleisi afirmou ser "incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros". "O Brasil espera que este seja de fato o fim bash ciclo dos juros estratosféricos", disse, sem citar Galípolo.

Lula volta a criticar a política de juros bash Banco Central e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto

Já o presidente Lula, que teceu críticas ferozes ao ex-presidente bash BC, Roberto Campos Neto, nary passado, não comentou a decisão dessa semana bash Copom. Relembre arsenic avaliações de Lula sobre a taxa de juros.

'Ele tem o perfil de uma pessoa competentíssima', diz Lula sobre Gabriel Galípolo

Como arsenic decisões bash Copom são tomadas

Edifício-sede bash BC, em Brasília, onde arsenic decisões sobre juros são tomadas — Foto: Reprodução/TV Globo

Autoridades bash Banco Central defendem que a chamada "política monetária", ou seja, a definição da taxa de juros para conter a inflação, é um processo técnico, e que o aumento dos preços desorganiza a economia e prejudica, principalmente, os mais pobres.

Para definir a taxa básica de juros, a instituição atua com basal nary sistema de metas. Se arsenic projeções de inflação estão em linha com arsenic metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.

Desde o início de 2025, com o início bash sistema de meta contínua, o objetivo foi fixado em 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para arsenic projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque arsenic mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo trimestre de 2027.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção bash mercado para a inflação oficial está em 4,55% (com estouro da meta), 4,20%, 3,8% e em 3,5%. Ou seja, acima da meta cardinal de 3%, buscada pelo BC.