Mas as causas dessa elevação se concentraram em alguns itens já previstos — com grande peso para o rebote do desconto de agosto nas tarifas de energia —, enquanto os recuos de preços foram mais espalhados, com destaque para uma moderação nas altas nos serviços, para quais o Copom (Comitê de Política Monetária) foca atenção ao definir a marcha da política de juros.
Indicação mais segura de que, pelo menos neste momento, a inflação entrou numa curva descendente, ainda que o ritmo do recuo seja lento, pode ser encontrado nas projeções para a evolução da média dos núcleos de inflação daqui até fins de 2026. Os núcleos de inflação são medidas mais estruturais da variação de preços, pois excluem itens mais voláteis e efeitos sazonais ou inesperados sobre a evolução dos preços.
Nas estimativas do economista Fábio Romão, responsável pelo acompanhamento sistemático de preços da consultoria 4intelligence (ex-LCA), com longa experiência nesse trabalho, o pico da médias dos núcleos, no acumulado em 12 meses, ao longo de 2025 e 2026, ocorrerá justamente em setembro, quando atingirá alta de 5,3%.
Daí em diante, até dezembro de 2026, quando, segundo as projeções de Romão, a média dos núcleos no acumulado em 12 meses, descerá a 4,4%, finalmente dentro do intervalo de tolerância do sistema de metas, que vai até alta em 12 meses de 4,5%. No meio do caminho, entre abril e agosto do ano que vem, a média dos núcleos, conforme as previsões do economista, rodarão em torno de 4,7%.
Nossas projeções para fins de 2025 e 2026 se baseiam na combinação dos efeitos defasados das altas de juros na atividade, inclusive na categoria de serviços, com a apreciação cambial em curso e seus desdobramentos, e expectativa de taxa de câmbio média abaixo do esperado para 2025. Também esperamos alívio em alguns preços administrados, como serviços de ônibus urbano e intermunicipal, e manutenção de preços da alimentação no domicílio abaixo do fortíssimo 2024, na esteira de boas safras.
Fábio Romão, economista da consultoria 4intelligence
No caso específico dos alimentos, a tendência da inflação está se mostrando bastante benigna, em parte pelos efeitos positivos da contenção da taxa de câmbio. No IPCA-15 de setembro, os preços dos alimentos registraram queda de 0,63%, a quarta consecutiva desde junho. Apesar de altas sazonais previstas para o último trimestre de 2025, a inflação de alimentos no ano tende a ficar em torno de 5% ante 8,2% em 2024.

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1 mês atrás
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