Justiça do Rio aprova pedido de recuperação judicial da Ambipar

Ambipar afirma que operações seguem preservadas. Segundo a companhia, estão mantidos contratos, empregos e pagamentos em dia, sem qualquer impacto sobre clientes, fornecedores e parceiros comerciais.

Em outra decisão, Justiça manteve processo no Rio de Janeiro. Antes da 3ª Vara Empresarial aceitar o pedido de recuperação judicial, conduzido com assessoria dos escritórios Salomão Advogados, Galdino Advogados e Basílio Advogados deferido, o desembargador da 21ª Câmara de Direito Privado do Rio, Mauro Pereira Martins, havia decidido que o processo deveria tramitar na Justiça do Rio de Janeiro, e não em São Paulo, como pediram os bancos credores da empresa.

Dívidas da Ambipar somam R$ 10,5 bilhões. Desse total, maior parte está com detentores de títulos de dívida, começando pelos donos de papéis emitidos no exterior (bonds), seguidos pelos aplicadores das debêntures aqui no Brasil.

Crise da Ambipar acontece em meio a troca de acusações entre executivos. O ex-diretor financeiro da empresa, João Arruda, protocolou ação cautelar com pedido de busca e apreensão de documentos da companhia. Segundo o executivo, a medida tem objetivo de evitar destruição de provas na disputa dele com a empresa sobre os responsáveis pela crise financeira que levou o grupo a pedir recuperação judicial.

Empresa aponta ex-diretor financeiro como responsável pelo gatilho que disparou pedidos de saques de caixa da companhia. O evento teria sido um aditivo de contrato numa operação relacionada à emissão de R$ 3 bilhões junto ao Deutsche Bank.

O Bradesco também moveu ação judicial contra diretor da Ambipar. Objetivo da ação é impedir que executivo se desfaça de patrimônio pessoal que pode ser usado no pagamento de dívidas da empresa ao longo do processo de recuperação judicial.

Grupo ficou à beira da insolvência depois de um movimento financeiro que drenou o caixa da companhia. A crise financeira começou depois que um aditivo de um contrato de swap cambial de R$ 3 bilhões disparou obrigações de pagamentos relacionados a empréstimos tomados em títulos internacionais (bonds).

As ações da empresa viraram pó na Bolsa. Desde 19 de setembro, quando Arruda deixou a empresa, as ações da Ambipar despencaram de R$ 14,20 para R$ 0,33 no fechamento da quarta-feira (29).

Fundada em 1995, a multinacional brasileira é líder em gestão ambiental. Suas atividades incluem a coleta, o transporte, o coprocessamento, a logística e a manufatura reversa de resíduos, além da gestão de créditos de carbono.

A empresa anunciou receita líquida de R$ 1,77 bilhão no segundo trimestre. O valor foi 25% superior ao do mesmo período de 2024. Mesmo assim, a Ambipar registrou prejuízo líquido de R$ 134,1 milhões entre abril e junho, ampliando perdas que haviam sido de R$ 84,6 milhões no segundo trimestre do ano passado.