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Lei do regime de CLT diferente para jovens foi ideia de Guedes

Lei do regime de CLT diferente para jovens foi ideia de Guedes Lei do regime de CLT diferente para jovens foi ideia de Guedes

A Câmara dos Deputados aprovou na 3ª feira (23.nov.2023) um projeto de lei que retoma as medidas centrais do “Contrato Verde Amarelo”, programa idealizado pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O texto segue para o Senado.

O economista tentou emplacar a pauta por meio de uma medida provisória (nº 905 de 2019), que foi revogada em abril de 2020 pouco antes do prazo para que ela caducasse, ou seja, perdesse a validade para sanção do Congresso Nacional. Bolsonaro tinha expectativas de lançar o programa novamente caso ganhasse as eleições de 2022.

Desde o início de seu mandato à frente da Economia, Guedes defendeu que a tributação excessiva era prejudicial para a criação de empregos, como declarou em entrevista ao Poder360 em janeiro de 2020. Na avaliação dele, os encargos trabalhistas no Brasil criam 1 emprego e tiram outro, na medida em que “custam caro” para as empresas.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é contra a medida. Alega supressão de direitos trabalhistas, além das desavenças com a gestão anterior.

O líder do Psol na Câmara, deputado Guilherme Boulos (SP), disse que o ato traria uma “precarização do trabalho”. Ele tem apoio do presidente Lula na disputa pela Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2024.

Em resposta no dia da votação, a relatora Adriana Ventura (Novo-SP) declarou que “precário é não ter trabalho”.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, não falou sobre o assunto na 4ª feira (22.nov). Mas naquele mesmo dia, ele revogou uma portaria de 13 de novembro na qual havia limitado o trabalho em feriados à autorização por convenções trabalhistas. O Congresso aprovou a urgência para votar um projeto de decreto legislativo para vetar a portaria do governo que institui a limitação aos comerciantes.

O ponto central do projeto de Adriana Ventura é oferecer um contrato temporário diferenciado para jovens de 18 a 29 anos e, portanto, aumentar o número de pessoas ocupadas formalmente no país. As empresas que adotarem essa categoria terão alguns benefícios fiscais.

O 3º trimestre de 2023 encerrou com a taxa de desemprego em 16% para pessoas de 18 a 24 anos, a menor desde 2014. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A maior diferença entre a MP de Guedes é que o projeto aprovado na Câmara expande a desburocratização para pessoas acima de 50 anos desempregadas há mais de 12 meses.

Os contratos temporários propostos têm duração de até 24 meses, com 8 horas diárias de trabalho para os jovens que nunca tiveram um emprego. Estudantes podem ter jornada menor.

Há expectativa de redução para 10% da contribuição patronal previdenciária para as empresas que adotem o regime. Esse ponto veio como uma forma de incentivar a contratação por meio da medida.

Outros benefícios fiscais envolvem o pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A alíquota dos depósitos vai baixar de 8% para:

  • 2%, quando for microempreendedor individual ou microempresa:
  • 4%, para empresa de pequeno porte, entidade sem fins lucrativos, entidade filantrópica, associação ou sindicato;
  • 6% para as demais empresas.

Já a multa por rescisão de contrato diminui pela metade: passa de 40% para 20%.

Há alguns funcionários que não podem ser contratados pela nova regra: domésticos, rurais, funcionários públicos e trabalhadores em atividades de direção e assessoramento nos partidos.

O limite para contratação de pessoas no 1º emprego pelas propostas do texto é de 20% dos colaboradores.

O texto foi escrito inicialmente pelo ex-senador Gim Argelo (PTB-DF) em 2013. O objetivo, naquela época, era oferecer as normas diferenciadas para jovens de 16 a 24 anos. Com as incorporações das ideias de Guedes, o intervalo foi modificado.

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