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Liquidação do Master completa um mês, e clientes ainda não receberam FGC

Não há prazo legal para pagamento das garantias aos clientes, segundo o FGC. Entretanto, o prazo médio para o início dos pagamentos é de 30 dias após o recebimento da lista de credores pelo liquidante, conforme a entidade.

O Banco Central nomeou a empresa EFB Regimes Especiais e Empresas como a liquidante do Banco Master. O responsável técnico da empresa é Eduardo Felix Bianchini, que assumiu a administração do Banco Master S.A, Banco LetsBank, Banco Master de Investimentos e Master S/A Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários.

Nos casos mais recentes, pagamento das garantias variou de 14 a 47 dias. Nos últimos dez anos, ocorreram oito situações parecidas, e o período entre a decretação da liquidação e o pagamento variou:

  • 14 dias: Banco Neon S.A., em 2018;
  • 15 dias: Domus Companhia Hipotecária, em 2018;
  • 27 dias: Banco BRJ S.A, em 2015;
  • 27 dias: PORTOCRED S.A CFI, em 2023;
  • 33 dias: BRK S.A CFI, em 2023;
  • 34 dias: CHB - Cia Hipotecária, em 2021;
  • 40 dias: Dacasa Financeira S.A - SCFI, em 2020;
  • 47 dias: Banco Azteca do Brasil S.A., em 2016.

A liquidação do Master congelou os bens da instituição financeira, que deixa de operar. Assim, quem tem recursos em conta corrente, CDBs e RDBs, LCIs, LCDs, LCAs e LHs fica com esses recursos indisponíveis também.

Fundo garante o pagamento de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e por instituição bancária. O cliente tem direito a receber tanto o que investiu quanto os rendimentos até a data da liquidação. Se o saldo do investidor for superior a R$ 250 mil, a diferença ficará registrada como saldo remanescente no banco.

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Ao todo são 1,6 milhão de credores. Juntos, os clientes do Banco Master de Investimento, Banco Letsbank e a Master Corretora de Câmbio, que foram incluídos na liquidação, são elegíveis para receber aproximadamente R$ 41 bilhões do FGC.

Para receber, o credor precisa se manifestar. Veja o passo a passo para o FGC pagar:

  1. O liquidante ou interventor precisa enviar a relação de beneficiários ao FGC;
  2. Após o recebimento da base de dados pelo FGC, os credores pessoas físicas (CPF) devem solicitar a garantia diretamente pelo aplicativo do FGC; pessoas jurídicas (CNPJ) realizam o processo pelo site do FGC;
  3. Ao finalizar o cadastro, a pessoa física poderá visualizar o valor que irá receber e, em seguida, deve assinar digitalmente um termo confirmando a solicitação do pagamento da garantia;
  4. Pessoas jurídicas também assinam o termo, enviado diretamente a elas após a análise dos documentos;
  5. Após a assinatura digital, estando tudo de acordo com os dados bancários, o FGC efetiva o pagamento em até dois dias úteis, direto na conta de titularidade do credor.

Rendimentos ficam congelados. Com a liquidação do Master, valores em conta corrente, poupança e em investimentos como CDBs têm seu rendimento contabilizado apenas até o dia da liquidação, ou seja, 18 de novembro. "Nenhum desses produtos continua rendendo depois que o banco é liquidado; o FGC considera o valor congelado na data da liquidação", observou a entidade.

O imposto correspondente ao pagamento será descontado do total. Ele pode ser deduzido pelo banco sob intervenção ou pela corretora na qual o cliente fez o investimento.

Caso do Banco Master

Banco Central determinou em 18 de novembro a liquidação extrajudicial do Master. A decisão interrompe o funcionamento da instituição. Com a determinação, o banco é removido do SFN (Sistema Financeiro Nacional).

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Dono do Master foi preso em 18 de novembro ao tentar embarcar em Guarulhos para Dubai. Daniel Vorcaro recebeu voz de prisão de um policial federal à paisana quando passava pela revista por raio-X e foi mantido preso após audiência de custódia.

Banqueiro foi um dos alvos da Operação Compliance Zero. A ação da PF (Polícia Federal) foi deflagrada para apurar suspeitas de crimes contra o sistema financeiro realizados por Vorcaro e outros diretores do Banco Master na tentativa de vender a instituição ao BRB (Banco de Brasília). O banqueiro foi solto na manhã de 29 de novembro, horas após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Investigação diz que o Master fabricou carteiras de crédito falsas. A acusação cita ainda que o banco de Vorcaro teria usado uma empresa de fachada para comprar créditos de dívidas de R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio deste ano. Os produtos de investimento irregulares teriam sido vendidos ao BRB.

Defesa de Vorcaro afirmou que prisão foi embasada em "expressões genéricas". Os advogados do banqueiro avaliaram que a decisão da PF não considerou "fatos concretos e individualizados que demonstrem risco atual atribuído especificamente a cada investigado". Sobre as supostas carteiras falsas de crédito, os defensores afirmaram que elas "foram previamente adquiridas pelo Banco Master junto a terceiros que atuavam na originação de créditos, prática comum de mercado".

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