6 meses atrás 10

Lucro da Bunge desaba com incertezas nos EUA, mas Brasil evita pior cenário

A retração foi puxada, sobretudo, pela operação nos Estados Unidos, onde as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump continuam gerando efeitos sobre os fluxos comerciais. A incerteza regulatória sobre os incentivos a biocombustíveis também reduziu a demanda por óleos vegetais.

Ao lado de gigantes do setor como ADM e Cargill, a Bunge já vinha sentindo a pressão em suas margens desde o ano passado em razão da superoferta global de grãos e pela compressão nos spreads de comercialização.

Brasil amortiza impacto global

Apesar do cenário adverso, a operação brasileira teve papel relevante na contenção das perdas.

O lucro operacional ajustado da área de processamento, embora tenha caído globalmente 40%, foi impulsionado por resultados mais fortes no Brasil, Europa e Ásia, o que ajudou a compensar o desempenho mais fraco nos EUA, na Argentina e em sementes oleaginosas europeias, segundo o relatório integral apresentado pela empresa à SEC (o regulador do mercado nos EUA), lido pela coluna.

O relatório da companhia também aponta que a maior demanda chinesa por farelo e óleo de soja beneficiou diretamente a América do Sul, com impactos positivos sobre os volumes processados nas unidades brasileiras.

Continua após a publicidade

A Bunge reforçou que segue apostando na estrutura local, que inclui terminais portuários em Santos (SP) e Imbituba (SC), além de ampla presença no interior do país, ligada à originação e ao esmagamento de grãos.

China trava fusão com Viterra

Outro entrave relevante foi a demora na aprovação da aquisição da Viterra, operação de US$ 8,2 bilhões que criaria uma das maiores tradings agrícolas do mundo. Embora o processo esteja avançado na maioria dos mercados, a aprovação da autoridade regulatória chinesa ainda não foi concedida, o que tem adiado a conclusão do negócio.

A empresa também desistiu formalmente da aquisição da brasileira CJ Selecta, avaliada em US$ 500 milhões, por falta de aprovação regulatória.

Apesar da retração nos resultados, a Bunge mantém sua projeção de lucro ajustado por ação para o ano em US$ 7,75, amparada pela expectativa de um segundo semestre mais estável e pela solidez da operação em mercados-chave como o brasileiro.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro