O presidente Lula (PT) empossou nesta terça-feira (23) o novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, 42, em cerimônia no Palácio do Planalto.
Feliciano chegou ao posto depois de Celso Sabino (União Brasil-PA) sair do ministério, em uma tentativa de reorganização da base do governo. Ele é filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB) e da ex-governadora da Paraíba Lígia Feliciano (PSD) e foi secretário do Turismo e Desenvolvimento Econômico de seu estado.
Políticos aliados do governo ouvidos pela Folha sob condição de reserva antes da solenidade disseram desconhecer o novo ministro.
Feliciano disse em seu discurso que assume a principal missão de sua vida e demonstrou alinhamento às diretrizes do governo Lula. "Turismo não pode ser só de rico. Turismo tem que ser de todos." O presidente da República, como é costume em posses ministeriais, não discursou.
O novo ministro também mencionou os setores do União Brasil que apoiam sua nomeação. "Quero agradecer a confiança da ala do União Brasil, através de seu líder, Pedro Lucas [MA]", declarou. Além disso, fez elogios ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
"Presidente Hugo, um paraibano assumir um ministério da República é um reflexo incontestável de sua discreta, mas inegável, forte liderança. O Ministério do Turismo é a sua casa porque a Paraíba é grata a seu apoio", declarou.
Lula convidou Feliciano oficialmente para assumir o ministério na última quinta-feira (18), em um ato no Palácio do Planalto. Motta participou da reunião. Tanto o novo ministro quando o presidente da Câmara são do mesmo estado, a Paraíba.
Motta também compareceu à posse. Os presidentes da Câmara e da República vivem um momento de reaproximação depois de um ano com altos e baixos na relação política.
O presidente da Câmara indicou em seu discurso que apoia a nomeação. "A decisão do senhor [Lula] de atender a indicação do nome de Gustavo Feliciano antes de tudo demonstra sua capacidade política e sua capacidade de agregar", declarou.
Motta também afirmou que o Congresso nunca faltou à gestão Lula. "O governo encerra o ano muito melhor do que iniciou."
Também compareceram o ex-ministro Sabino e ministros como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Jorge Messias (Advocacia Geral da União), além do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Sabino agradeceu a Lula por seu tempo como ministro e indicou que continua aliado do presidente da República. "Me coloco à sua inteira disposição, sempre", disse o ex-ministro do Turismo, que pretende disputar uma vaga no Senado na eleição do ano que vem.
A nomeação de Gustavo Feliciano contempla a ala lulista da bancada de deputados do União Brasil. O novo ministro, porém, está sem partido. Sabino, seu antecessor, foi expulso da legenda por ter continuado no governo depois de a sigla decidir que seus filiados deveriam deixar seus cargos no Executivo.
Apesar disso, o União Brasil continua tendo de 20 a 22 deputados mais próximos de Lula —no total, a bancada soma 59 integrantes. Esse grupo inclui o ex-ministro Juscelino Filho (MA), o líder da bancada, Pedro Lucas Fernandes (MA) e Damião Feliciano. O presidente da legenda, Antonio Rueda, deu aval ao movimento.
Lula informou aos demais integrantes do governo sobre a saída de Sabino na última semana, durante reunião ministerial. Depois, o agora ex-ministro confirmou que estava deixando o posto e que seu antigo partido havia requisitado a indicação de um novo ocupante para o cargo.
Na avaliação de Sabino, exposta na semana passada, a indicação ao cargo demonstra que o União Brasil, que anunciou o desembarque da gestão Lula em setembro, agora está de volta à base. O ex-ministro evitou comentar se vê incoerência no vaivém da sua antiga legenda em relação ao governo e disse que deixava essa leitura para os comentaristas.
Integrantes do União Brasil, porém, negaram ao Painel, da Folha, que Feliciano seja uma indicação do partido e apontam que ele não é formalmente ligado à legenda, que tem uma ala de oposição a Lula.
Apesar de não significar uma recomposição de Rueda com Lula, integrantes da cúpula do União Brasil afirmam que a indicação de Feliciano pode ser o início de um armistício e de uma aproximação maior.
O partido pretendia apoiar a candidatura presidencial do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) junto com o PP, mas a possibilidade esfriou com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançando ao Planalto. Agora, o cenário para a federação está em aberto, e parte de seus líderes passaram a defender a neutralidade.

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