As pesquisas mostram que Lula saiu das cordas e voltou a ser o favorito para a eleição do ano que vem. Isso foi conseguido por dois fatores. O governo impôs uma agenda positiva com a isenção de imposto de renda para o andar de baixo.
O segundo fator foi o delírio trumpista da oposição, com a espetaculosa atividade de multidão desfilando uma gigantesca bandeira dos Estados Unidos na avenida Paulista no dia 7 de Setembro.
Trump e suas tarifas não produzem um só emprego no Brasil. Ao associar-se a ele, bolsonaristas como o governador Tarcísio de Freitas atravessaram a rua para escorregar na casca de banana da outra calçada.
A esquerda brasileira era conhecida pela sua capacidade de dividir-se. Lula tornou-se seu fator de união. A paixão pelas divisões migrou para a direita. Tarcisio, Ronaldo Caiado e Romeu Zema não se entendem e ninguém sabe por quê. Se isso fosse pouco, o deputado Eduardo Bolsonaro age como um guerrilheiro avulso.
A direita está na ilusão de que em 2026 vão se repetir as condições de 2018, quando o mapa eleitoral passou por uma maré conservadora. Em 2018, Lula estava na cadeia, o PT na lona, derrubado pelas roubalheiras confessadamente cometidas pelos burocratas e empresários apanhados pela Lava Jato. Hoje o juiz Sergio Moro é um senador ectoplásmico que vaga pelos corredores do Congresso. Quem está em prisão domiciliar é Jair Bolsonaro.
À primeira vista, dividida, a direita não vai a lugar algum. À segunda vista, o bolsonarismo, se foi um agregador em 2018, hoje é um desagregador, uma espécie de encosto.
Retórica oca
No início de 2023, Lula informou:
"Estejam certos de que vamos acabar, mais uma vez, com a vergonhosa fila do INSS, outra injustiça restabelecida nestes tempos de destruição."
Chegou-se ao final de 2025, a fila chegou a 2,6 milhões de vítimas e acabou o programa para acabar com ela.
Escala 5/2
Lula, o PT e o ministro do Trabalho farão toda a coreografia de apoio ao projeto de uma nova jornada de trabalho, com dois dias de repouso.
E só.
Exagero na blindagem
A bancada governista na CPI do INSS exagerou na prestação de serviços ao Planalto quando derrubou por 19 votos contra 11 a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula e vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das entidades investigadas pela comissão.
Aos 83 anos, Frei Chico é um veterano sindicalista. Foi ele quem levou Lula para o movimento operário. Não precisava da blindagem que poderá transformá-lo em vidraça durante o ano vindouro.
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