O plano, discutido durante a reunião de cúpula em Bruxelas, inclui uma proposta para flexibilizar as rígidas normas fiscais da UE, permitindo que os países invistam mais em defesa e segurança.
Na terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia anunciado 800 bilhões de euros (R$ 4,9 trilhões) para reforçar as defesas das nações do bloco e diminuir o impacto da potencial retirada dos EUA da aliança que apoia a Ucrânia.
Já na quarta-feira (5), Macron defendeu colocar à disposição de seus aliados europeus o arsenal nuclear francês, como força de dissuasão. Desde a saída do Reino Unido da União Europeia, a França é o único país do bloco a possuir ogivas nucleares.
"Respondendo ao chamado histórico do futuro chanceler alemão [Friedrich Merz], decidi abrir o debate estratégico sobre a proteção de nossos aliados no continente europeu por meio de nossa dissuasão nuclear. Aconteça o que acontecer, a decisão sempre esteve e permanecerá nas mãos do Presidente da República, chefe das Forças Armadas", declarou o presidente francês.
Rússia reagiu com críticas
A Rússia não tardou em criticar as declarações de Macron. O Ministério das Relações Exteriores russo acusou o presidente francês de fazer "chantagem nuclear" em um discurso "altamente combativo". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os comentários indicam que a França busca prolongar a guerra na Ucrânia.
Durante sua coletiva de imprensa, Macron anunciou também um aumento da ajuda europeia à Ucrânia. "Em 2025, a UE fornecerá à Ucrânia 30,6 bilhões de euros no âmbito do Mecanismo para a Ucrânia e da iniciativa G7 ERA, financiados por juros de ativos russos retidos", informou.
Vladimir Putin fala em coletiva de imprensa anual em Moscou — Foto: REUTERS/Maxim Shemetov
O presidente francês também abordou a possibilidade de um diálogo com Putin, mas com condições. "Estou pronto para conversar com o presidente Putin quando tivermos considerado, com o presidente Zelensky e nossos parceiros europeus, que é o momento certo", afirmou, alertando que conhece bem as táticas do líder russo.
Macron defendeu ainda que qualquer solução para o conflito deve incluir a Ucrânia nas negociações. "Dizer hoje que é uma situação entre americanos e russos é desapropriar um povo que resistiu por sua sobrevivência, sua dignidade e sua luta. É uma guerra de resistência da Ucrânia diante da agressão russa", concluiu.
Arsenal nuclear francês à disposição
No discurso, o presidente também criticou a administração Trump por seu alinhamento a Moscou e pela guerra tarifária lançada contra aliados, como o Canadá.
Para se contrapor a um possível projeto expansionista de Vladimir Putin, o presidente francês defendeu colocar seu arsenal nuclear à disposição de aliados do continente, como estratégia de dissuasão.
O presidente francês Emmanuel Macron discursa à nação, em Paris, França, em 5 de março de 2025 — Foto: France Televisions/Handout via Reuters
Desde a saída do Reino Unido da União Europeia, a França é o único país do bloco a ter um arsenal nuclear.
Ao falar sobre os EUA, Macron disse que "quer acreditar" que o país permaneça ao lado das potências do Ocidente, mas que "é preciso estar pronto se esse não for o caso". Ele também chamou a decisão do presidente Trump de iniciar uma guerra tarifária contra países aliados de "incompreensível", mas que haverá uma resposta à taxação dos produtos europeus.

Trump encontra Macron e diz que foco é garantir cessar-fogo na Ucrânia o mais rápido possível
Rússia e Ucrânia estão em guerra desde fevereiro de 2022, quando tropas de Moscou lançaram uma operação por terra, mar e ar para ocupar territórios no leste ucraniano.
Os dois países já haviam entrado em confronto em 2014, após a queda do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, pró-Rússia. Sua saída do poder ocorreu depois de uma série de protestos conhecidos como Euromaidan.
Desde então, a Ucrânia tem sido comandada por presidentes pró-Europa, com Petro Poroshenko e Volodymyr Zelensky. Logo após a Euromaidan, porém, a Rússia lançou campanhas de anexação de territórios a leste do país, começando com a Crimeia e o Donbas, onde uma maior parte da população se identifica com Moscou.
A partir de 2022, a Rússia passou a atacar outros territórios ucranianos. A Europa se alinhou a Kiev desde então, fornecendo apoio militar para Zelensky para frear o avanço das tropas russas.
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as principais potências militares buscaram desenvolver arsenais nucleares como estratégia para dissuadir ataques de inimigos.
Em outras palavras, dado o poder de destruição das bombas nucleares, o principal objetivo de possuir uma arma do tipo não é detoná-la, mas convencer países inimigos a não realizar ataques.
A coalizão da Campanha Internacional para Abolição das Armas Nucleares (ICAN) estima que existam 12.512 bombas nucleares no mundo atualmente, a maioria das quais nas mãos da Rússia (5.889) e dos EUA (5.224). Somadas, elas teriam o poder de acabar com a vida humana na Terra diversas vezes.
De acordo com a ICAN, a França detém 290 bombas. O projeto nuclear do país data dos anos 1950. O primeiro teste com uma explosão foi realizado em 1960, no deserto do Saara, no território da Argélia, que era uma colônica francesa na época. O país realizou 210 testes, a maioria dos quais na Polinésia Francesa, sendo que o último ocorreu em 1996.

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8 meses atrás
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