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Maduro oferece ajuda a Trump para capturar líderes de gangues venezuelanas, diz agência

Maduro tem buscado retomar negociações com Washington e, segundo fontes ouvidas pela agência, afirmou que poderia colaborar na localização dos chefes mais procurados do grupo criminoso, que atua em vários países das Américas e se tornou prioridade para o governo Trump.

A iniciativa foi acompanhada de uma carta enviada a Trump, na qual o presidente venezuelano pede diálogo direto para reduzir as tensões entre os dois países. O documento foi enviado poucos dias após o primeiro ataque dos EUA a uma embarcação venezuelana que, segundo Trump, transportava traficantes de drogas.

Na carta, vista pela agência Reuters, Maduro rejeitou as alegações dos EUA de que a Venezuela desempenhava um grande papel no tráfico de drogas, observando que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas através da Venezuela

Segundo Maduro, diz a Reuters, 70% das drogas foram neutralizadas e destruídas pelas autoridades venezuelanas.

"Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que têm manchado nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico", escreveu Maduro na carta.

"Essas e outras questões estarão sempre abertas para uma conversa direta e franca com seu enviado especial (Richard Grenell) para superar o ruído da mídia e as notícias falsas."

Ele observou que Grenell ajudou a resolver rapidamente as alegações anteriores de que a Venezuela estava se recusando a aceitar migrantes de volta, acrescentando: "Até o momento, esse canal tem funcionado perfeitamente."

Os voos de deportação duas vezes por semana que transportam migrantes ilegais de volta para a Venezuela continuaram ininterruptos apesar dos ataques dos EUA, disseram à Reuters fontes familiarizadas com o assunto.

A carta de Maduro foi datada de 6 de setembro, quatro dias após um ataque dos EUA a um navio que o governo Trump alegou, sem provas, estar transportando traficantes de drogas.

O ataque matou 11 pessoas que, segundo Trump, eram membros da gangue Tren de Aragua e estavam envolvidas com o tráfico.

A Casa Branca não fez comentários imediatos à agência Reuters.

No sábado (20), Trump redobrou sua campanha de pressão, alertando em uma postagem em sua plataforma Truth Social que a Venezuela deve aceitar o retorno de todos os prisioneiros que, segundo ele, a Venezuela forçou a ir para os EUA, ou então pagar um preço "incalculável".

O ataque matou "três homens narcoterroristas a bordo da embarcação", disse Trump, sem fornecer provas.

Também nega as acusações de ligações entre autoridades venezuelanas de alto escalão e gangues de drogas.

Maduro alegou repetidamente que os EUA esperam tirá-lo do poder.

Trump negou nesta semana que esteja interessado em uma mudança de regime, mas Washington dobrou no mês passado a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro para US$ 50 milhões, acusando-o de ligações com o tráfico de drogas e grupos criminosos.

Maduro reiterou sua negação em sua carta a Trump.

"Este é o exemplo mais flagrante de desinformação contra nossa nação, com a intenção de justificar uma escalada para o conflito armado que infligiria danos catastróficos em todo o continente", escreveu ele em sua carta a Trump.

O governo Trump parece dividido sobre a Venezuela, com o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, liderando a campanha de pressão contra Maduro, enquanto Grenell, que atuou como diretor interino de inteligência nacional durante o primeiro mandato de Trump, e outros impulsionam a diplomacia.

Em sua carta, Maduro disse que se comunicou e continuará a se comunicar com Grenell, que ajudou a organizar os voos de deportação, alguns diretamente para Caracas e outros via Honduras.

O funcionário do governo disse que mais de 8.000 venezuelanos foram removidos dos EUA com os voos até o momento. A Reuters não conseguiu verificar os números.

Grenell também trabalhou com o regime de Maduro para garantir a libertação de sete cidadãos americanos, incluindo um veterano da Força Aérea libertado em maio, cuja família disse que ele estava detido injustamente na Venezuela desde novembro de 2024.

Grenell não estava imediatamente disponível para comentar.

Neste sábado (20), o jornal “The New York Times” destacou que os ataques dos EUA aos barcos venezuelanos no Caribe mostraram o aumento da significativa presença naval e aérea do Pentágono na região.

A presença de caças F-35 em Porto Rico indica que os planos norte-americanos vão além de explodir pequenas embarcações, afirmou o NYT.

São 4.500 militares à espera nos navios de guerra na área, um montante pequeno para invadir um país, disse o jornal.

Militares, diplomatas e analistas consultados pelo NYT afirmam que o principal propósito é pressionar o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

O governo Trump considera Maduro um líder ilegítimo e é acusado de comandar gangues criminosas e cartéis de drogas.

Porém, os especialistas consultados pelo jornal sugerem que os EUA pretendem implantar forças de elite de operações especiais de forma clandestina na Venezuela. Desse modo, ataques dentro da própria Venezuela podem estar em andamento.

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