ANUNCIE AQUI!
"O mundo é realmente louco e muito, muito mais injusto pelo fato de recompensarmos e punirmos as pessoas por coisas sobre as quais elas não têm controle", disse Sapolsky ao jornal Los Angeles Times. "Não temos livre-arbítrio. Parem de nos atribuir coisas que não existem", acrescentou.
Questionamento de crença
Para Sapolsky, mesmo que, ao ler estas palavras, o leitor não esteja convencido, essa suposta decisão estaria predeterminada. Como Sapolsky admitiu em entrevista ao jornal The New York Times, as suas afirmações são provocativas, mas ele diz que já ficaria feliz se aqueles que leem o seu livro começassem a questionar esta crença profundamente enraizada na nossa cultura.
Eliminar a noção de livre-arbítrio, segundo Sapolsky, mina completamente a nossa identidade e autonomia, assim como a fonte de sentido das nossas vidas. Portanto, esta ideia, segundo ele, é especialmente difícil de rejeitar devido à complexidade que acarreta.
Além disso, Sapolsky argumenta que a ideia de livre-arbítrio como a capacidade de sermos senhores das nossas ações é, em última análise, uma "definição completamente inútil", dada a interligação de fatores que influenciam as nossas escolhas e comportamentos.
"Para que esse tipo de livre-arbítrio exista, ele teria que funcionar num nível biológico de forma completamente independente da história desse organismo", disse ele ao jornal. "Você seria capaz de identificar os neurônios que causavam um determinado comportamento, e não importaria o que qualquer outro neurônio no cérebro estivesse fazendo, qual era o ambiente, quais eram os níveis hormonais da pessoa, em que cultura ela foi criada. Mostre-me que esses neurônios fariam exatamente a mesma coisa com todas essas outras coisas alteradas, e você me provará que existe o livre-arbítrio", acrescentou.
Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro