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Mar, nuvem e supercomputador: Brasil e Brics criam megaplano de tecnologia

Outra iniciativa é a criação do BRICS Cloud, uma nuvem própria para os países do bloco. A ideia é conectar os supercomputadores já existentes em cada nação, fortalecendo a cooperação em inteligência artificial e computação de alto desempenho.

Há vários supercomputadores em diversos países do BRICS. Por que não podemos ter a nossa própria nuvem?
Eugênio Vargas

A declaração conjunta aprovada na última cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro, também incluiu a IA como prioridade. O texto defende o multilateralismo, o papel da ONU na governança global, a soberania digital, que envolve a decisão de cada país de regular as suas tecnologias.

Estabelecer uma regulação é um direito de cada país. Se vai regular e como, cada nação deve decidir por si mesma.
Eugênio Vargas

Para o diplomata, essas propostas refletem a intenção do Brasil e de seus parceiros de consolidar uma voz própria no cenário internacional. "Temos muitos desafios, claro. Mas é preciso encará-los de peito aberto", afirmou.

China? EUA? "Na 'Guerra Fria tecnológica', escolhemos o lado do Brasil", diz embaixador'

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O Brasil busca fortalecer sua autonomia tecnológica e diversificar parcerias diante da disputa global entre China e Estados Unidos, afirma o embaixador Eugênio Vargas Garcia ao Deu Tilt, do Canal UOL.

Segundo ele, o país não deve se alinhar incondicionalmente a nenhuma potência, mas investir em ciência, tecnologia e acordos estratégicos que reforcem caminhos próprios. Um exemplo disso é o acordo com a Suécia para a produção dos caças Gripen, que permitiu a transferência de tecnologia numa área estratégica.

O Brasil não tem que escolher um lado ou outro, tem que escolher o lado do Brasil. [...] O que eu quero fazer agora é desenvolver o meu próprio país, alcançar o desenvolvimento científico e tecnológico.
Eugênio Vargas

Uso militar da IA: 'não devemos delegar decisão de vida e morte às máquinas', diz embaixador

O avanço da inteligência artificial em aplicações militares exige limites éticos claros, defende o embaixador Eugênio Vargas Garcia, diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia, Inovação e Propriedade Intelectual do Itamaraty, em entrevista ao Deu Tilt, do Canal UOL.

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Segundo ele, a IA já é realidade nas forças armadas de grandes potências, o que torna urgente discutir regras de uso. "Não devemos delegar decisões de vida ou morte às máquinas. Isso é fundamental, e não só no aspecto militar. Em um hospital, por exemplo, não se pode transferir essa decisão para um sistema de IA."

O gênio saiu da lâmpada. A IA já está sendo usada por forças armadas no mundo inteiro, sobretudo pelas potências militares. Não dá para voltar atrás.
Eugênio Vargas Garcia

Chip é 'vulnerabilidade' do Brasil no ‘tabuleiro de War da tecnologia', diz embaixador

A dependência do Brasil em semicondutores importados deixa o país vulnerável no cenário global, afirma o embaixador Eugênio Vargas, diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia, Inovação e Propriedade Intelectual do Itamaraty, em entrevista ao Deu Tilt, do Canal UOL.

"Nós somos totalmente dependentes de semicondutores importados. A indústria nacional cobre só 10% da nossa necessidade. O resto precisa ser importado", explica.Segundo Garcia, a disputa global por chips envolve justificativas de segurança que acabam servindo para impor controles de exportação.

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Apesar das limitações, o país busca avançar quando o assunto são os supercomputadores. O embaixador cita o Santos Dumont, que opera a 20 petaflops. "E está em curso o projeto de aquisição de um novo supercomputador de classe mundial, com investimento previsto de R$ 1,8 bilhão", acrescenta.

'Soberania digital é direito ao destino digital', diz Eugênio Vargas

O Brasil defende cinco prioridades na disputa global pela inteligência artificial, afirma o embaixador Eugênio Vargas Garcia, diretor do Itamaraty, em entrevista Deu Tilt, do Canal UOL.

Segundo ele, a estratégia brasileira tem como eixos centrais a soberania digital, o multilateralismo, o acesso aberto à tecnologia, a diversidade linguística e padrões éticos robustos.

Soberania digital é o direito à autodeterminação de cada país de poder desenvolver, regular e controlar o seu próprio destino digital.
Eugênio Vargas Garcia

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