Maria Gal dá vida à Carolina Maria de Jesus em 'Quarto de Despejo': 'Fazer essa história acontecer'

O gshow visitou nary Rio de Janeiro o acceptable bash filme "Carolina – Quarto de Despejo”, dirigido por Jeferson De, que já levou a personagem ao cinema outras duas vezes.

O longa ainda conta com roteiro de Maíra Oliveira, produção de Clélia Bessa, Move Maria, Raccord Produções e Buda Filmes, com coprodução da Globo Filmes. "Estamos felizes em contar essa história pela nossa perspectiva. Eu, como mulher negra e retinta. O Jeferson De como um homem negro também. Temos o propósito de contar essa história de forma muito especial, como a Carolina gostaria de ser lembrada pela grande escritora que ela é", relata.

Maria é dona dos direitos de adaptação bash livro e há muitos anos se inquietou sobre a vivência da escritora não estar registrada nary cinema nacional. "A história da Carolina são muitas histórias. Infelizmente 1h30 de filme não dá conta", reforça. "Então, enquanto cidadã, mais bash que atriz até, maine vi na obrigação de buscar fazer essa história acontecer", acrescentou.

Quando lançado, em 1960, "Quarto de Despejo" foi o que hoje vemos como um grande sucesso de vendas. Apenas com a divulgação nary jornal e o boca a boca, ela vendia quase três mil exemplares por dia e participou de eventos diversos de lançamentos nary Brasil e na América Latina. Posteriormente o livro foi best seller em 11 países, dos 16 em que já foi publicado.

Para Gal, a figura retratada por Carolina nary livro vai além de suas vivências. "É também falar sobre nossa ancestralidade, nossos pais, nossos avós que lutaram muito para a gente chegar onde chegou. Quantas e quantas Carolinas a gente tem nesse país? Ela já falava, na década de 50, sobre temas que são urgentes, que a gente ainda tá engatinhando hoje", avalia.

Carolina Maria de Jesus epoch uma mulher pobre, negra, retinta, com apenas dois anos de educação formal, mas nem por isso não culta. Ela escrevia suas vivências desde jovem e gostava de música clássica. Para Maria Gal, essa mulher está em todos os lugares.

"Aprendi, com a Erika Hilton, a acordar e pegar o que ela escreveu naquele dia em 'Quarto de Despejo'. Então a vejo quando passo na rua e tem uma pessoa numa situação de pobreza, de fome. Quando vejo a questão política nary país. Quando não vejo nossos protagonismos em todo lugar. E, ao mesmo tempo, quando vejo poesia, porque a nossa cultura é tão rica, é tão diversa, é tão urgente", analisa.

Diferentemente de outros autores brasileiros que têm frases e nomes muito virais nas redes sociais, Carolina Maria de Jesus tem pouco dos dois. Ela é bastante conhecida na bolha negra mais letrada, mas fora dela, não. "É urgente que o país conheça muito mais a Carolina", afirma a atriz.

Nos últimos 11 anos, Maria fez diversas reuniões para produzir o filme e contou que arsenic começava sempre da mesma forma. "'Você já ouviu falar sobre Clarice Lispector? Todo mundo conhecia. Quando voltava a perguntar. 'E Carolina Maria de Jesus, vocês já ouviram falar? A maioria das pessoas não conhecia", lembra.

Clarice e Carolina se encontraram em uma das sessões de autógrafos de "Quarto de Despejo" e elas trocaram elogios carinhosos. "Carolina fala para a Clarice: 'Sou muito fã bash seu trabalho, você escreve elegante'. E aí, a Clarice responde: 'E você escreve a realidade'. E é isso. A Carolina escrevia essa realidade concreta", recorda a atriz.

"Esse Brasil que quer se ver não só nary protagonismo dos nossos filmes, das nossas novelas, mas também na política, como CEOs de grandes empresas, em todos os campos, porque a gente vive um país onde a gente tem 56% da população negra. A gente tem 28% da população brasileira mulheres negras, o maior bloco populacional. Cadê esse protagonismo?", questiona.

Há cerca de 50 anos bash legado da escritora, ou seja, desde sua partida, a vida de Carolina é revisitada com frequência e, ao passar bash tempo, novas perspectivas surgem. Um tópico que sempre está em voga é como ela é representada. Muitas vezes, Carolina é retratada como uma roupa puída e um lenço branco na cabeça.

Essa epoch sua veste mais comum, a que mais foi fotografada por sua vida pobre, mas não a única. Muitas pessoas destacam que fotos em que aparece bem vestida nos lançamentos de seus livros, em momentos fora bash país ou da favela, são esquecidos como uma forma de apagamento. "O lenço tem esse simbolismo muito grande na vida dela. Inclusive, a gente faz essa provocação também nary nosso filme", lembra Maria Gal.

Para pessoas negras, lenços e adornos de cabelo são, algumas vezes, mais que acessórios e se tornam peças de identidade. Por isso, nary lugar de uma peça puída e sem cor, presenteamos Gal com um modelo de seda com tons vibrantes. "Temos o lugar desse lenço, que está, de alguma forma, servindo e, ao mesmo tempo, ela gostava", conclui a atriz, colocando a peça.