Mercado mira festa de dividendos em 2025 com nova lei e lucros de empresas

A mudança na taxação de dividendos realmente tem trazido um maior senso de urgência, com antecipação de dividendos em alguns casos para driblar a mudança de regras. Mas não é só isso. Em alguns casos, como por exemplo Vale e Itaú, também existe uma relação com balanços sólidos e perspectiva de melhora de resultados para frente. Ou seja, a reforma influencia sim, mas não é o único fator.Ruy Hungria, analista da Empiricus

Dividendos são recursos que uma empresa de capital aberto distribui aos seus acionistas como forma de compartilhar seus resultados. Ao receber esse dinheiro, o investidor tem duas opções: reinvestir o valor em ações da própria empresa, ampliando sua participação na companhia, ou simplesmente utilizar esse montante para consumir ou para aplicar em outro ativo.

Na nossa visão, vale a pena reinvestir porque o momento é positivo para a Bolsa, que ainda está razoavelmente barata. O lucro das empresas segue aquecendo, e os juros vão começar a cair no começo do ano que vem. Ou seja, um ambiente que se mostra favorável para se manter investimentos em Bolsa. Fernando Siqueira, chefe de pesquisa da Eleven Financial

Investidor pode calcular o retorno que tem ao receber o dividendo, o chamado "dividend yield". Para isso, deve dividir o valor total anual dos dividendos por ação que recebeu pelo preço atual da ação que possui, multiplicando o resultado por 100 para obter a porcentagem.

Nas contas da XP, se as empresas distribuírem R$ 42 bilhões a mais em dividendos, isso vai representar um dividend yield médio de 6,8%. Se a distribuição extra de dividendos for de R$ 85 bilhões, no cenário mais otimista, o yield chega a 13,5%.

Empresas têm alternativas para evitar antecipação dos dividendos. Embora a antecipação dos pagamentos para 2025 deva ser a alternativa mais usada pelas companhias brasileiras para escapar da tributação do IR sobre dividendos a partir de 2026, há outras opções na mesa, destacam especialistas.