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Mercedes perde milhões por falta de estrutura para ônibus elétrico em SP

A Mercedes busca mudar a forma de contratação em São Paulo, a fim de evitar situações semelhantes no futuro. A intenção é que cada fornecedor receba conforme entrega a sua parte no contrato. Outra possibilidade é que a parte que atrasar a sua entrega pague uma multa, a fim de custear o prejuízo dos demais que precisarão esperar para receber.

Estamos propondo construir um modelo que seja viável para todos. Se sou o primeiro da cadeia e produzo o ônibus, e se tiver que esperar a infraestrutura, o custo financeiro de R$ 300 milhões numa Selic a 14,25% é R$ de 3 milhões ao mês. Esse é um modelo que necessita de melhorias.
Walter Barbosa, vice-presidente de Vendas e Marketing da Mercedes-Benz do Brasil

Sem a infraestrutura para abastecer, parte dos ônibus elétricos comprados está parada. Com isso, há risco de danos aos equipamentos, uma vez que as baterias não devem ficar paradas por muito tempo. "O elétrico é quase um produto perecível, não deixar parado em estoque, porque está contando vida da bateria", diz Barbosa.

Enquanto isso, as empresas têm rodado com veículos antigos. Isso porque, desde outubro de 2022, as operadoras de ônibus de São Paulo não podem mais comprar ônibus a diesel. Sendo assim, elas estão sem os veículos elétricos por falta de infraestrutura e não podem renovar a frota com veículos a diesel mais novos. Por isso, em dezembro de 2024, a prefeitura liberou a circulação de ônibus com mais de dez anos de uso, acima do limite estabelecido no contrato com as concessionárias.

Situação atual gera uso maior de combustível, diz executivo da Mercedes. "A intenção foi descarbonizar. Mas, com esses entraves, acabou gerando um desafio muito maior, porque os ônibus na frota estão envelhecendo e gastam mais combustível, já que são ônibus mais velhos", diz Barbosa.

O que diz a prefeitura

Frota de ônibus elétricos poderia ser muito maior se Enel fizesse a sua parte, diz a prefeitura. A Prefeitura de São Paulo disse em nota que a frota elétrica atual é de 527 ônibus em circulação e que "esse número poderia ser muito maior se a Enel estivesse cumprindo a sua obrigação de fornecer energia nas garagens para carregamento dos ônibus".

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