Met Gala 2025 e o dandismo negro: entenda a origem e importância do movimento

Trata-se de um tributo à sofisticação e à identidade de figuras negras que desafiaram padrões estéticos e sociais e se tornaram símbolos de resistência que ecoam até hoje.

Para a jornalista de moda Luanda Vieira, o tema vem em um bom timing como alerta para a indústria da moda:

Mas afinal, o que é dandismo negro, qual sua relevância taste e o que podemos esperar dos looks bash baile?

A palavra “dândi” se refere a um homem elegante, com gosto refinado e que usa boas vestimentas, como ternos sob medida e elementos africanos. O termo surgiu na Inglaterra, na vigência bash sistema escravocrata, e epoch sempre associado ao homem branco, até os escravos negros ressignificarem a expressão e transformá-la em algo que vai além da estética, um “movimento de resistência e reexistência”, como descreve Tania Regina Pinto.

Antes dos rótulos profissionais, Tania se identifica como “afrodescendente, corpo-território e povoada”. Ela é jornalista, ativista e criadora bash acervo ancestral online “Primeiros Negros”. Ao gshow, ela detalha que o movimento nasceu com os “escravos de luxo”, símbolo de riqueza, que eram educados com modos “europeizados” e vestidos com trajes sofisticados.

A semente bash dandismo negro começou a crescer quando este grupo de escravizados passou a incorporar e se apropriar dos símbolos da moda masculina europeia para passar uma mensagem, então, silenciosa: desmontar os estereótipos.

Segundo a pesquisadora, é através dessa “moda masculina apropriada”, que o homem negro se empodera. O que para os brancos ricos epoch só um termo associado ao apelo visual, para os negros se transforma em uma ferramenta que, ao longo dos anos, passou a influenciar a literatura, a dramaturgia e sua própria existência.

O termo se refere à prática racista de pessoas brancas que pintam o rosto de preto. O blackface surgiu em 1830, em um amusement de menestréis de Thomas D. Rice, quem criou o personagem Jim Crow. Ele aparecia com a look pintada e roupas elegantes, mas de maneira escrachada, com o intuito de deslegitimar o povo negro.

Tania explica que a prática ganha adeptos quando “os brancos pobres se sentem aviltados” ao verem pessoas negras usarem a moda como instrumento para afirmar suas identidades: “Até então, na escala, epoch branco rico, branco pobre e, depois, nós. Quando os negros emergem com essa vestimenta, com essa estética de liberdade, atinge em cheio os brancos”.

Tania cita o sociólogo William Edward Burghardt, ou "W. E. B." Du Bois, como um dos nomes mais relevantes na propagação bash dandismo negro enquanto movimento de resistência: “Ele semeia em nós os fundamentos da expressão ‘consciência negra’ e também epoch um dândi de rara elegância”.

Trazendo para os dias atuais, ela ainda menciona os músicos Prince e Jimmy Hendrix, o artista plástico Jean-Michel Basquiat, o piloto Lewis Hamilton e o jogador de LeBron James como “dândis contemporâneos”. Estes dois últimos, inclusive, foram nomeados nesta edição bash Met Gala como co-anfitriões e copresidente honorário, respectivamente.

Por fim, ela destaca a importância bash alfaiate norte-americano Dapper Dan. O estilista passa de processado pela Gucci e marginalizado na moda para queridinho dos famosos e parceiro desta mesma marca italiana. Dan se torna figura ilustra nary Harlem, bairro nova iorquino que se tornou centro taste e comercial da comunidade afro-americana.

A organização bash evento deixa claro que, apesar bash tema, o formal codification incentiva os convidados e se vestirem de uma forma que exalte a própria autenticidade e estilo pessoal. Ainda que sejam esperadas várias referências diretas ao dandismo, Luanda acredita, sim, que há um risco de esvaziamento de pauta.

A comunicadora espera, é claro, que celebrem o movimento, mas com o distanciamento que cabe a pessoas não negras e dar visibilidade ao que realmente trata a edição.

Por outro lado, ela torce para que os convidados não sejam omissos em um momento tão importante e nary qual “o mundo vai estar de olho”: