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Milicias iraquianas entram na Síria para ajudar tropas do governo a combater rebeldes em Aleppo

Pelo menos 300 combatentes, principalmente dos grupos Badr e Nujabaa, cruzaram no final do domingo por uma estrada de terra para evitar a passagem oficial da fronteira, disseram duas fontes de segurança iraquianas. Al-Assad prometeu o uso da força contra os rebeldes, que são "terroristas" segundo o presidente sírio. (Leia mais abaixo)

"Esses são reforços enviados para ajudar nossos camaradas na linha de frente no norte", disse uma fonte militar síria à Reuters, acrescentando que os combatentes cruzaram em pequenos grupos para evitar ataques aéreos.

A rede de milícias regionais aliadas do Irã tem sido crucial para o sucesso das forças pró-governo em subjugar os rebeldes que se levantaram contra o presidente Bashar al-Assad em 2011, mantendo bases na Síria há anos.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou nesta segunda-feira que o exército sírio é capaz de enfrentar os rebeldes, mas, referindo-se às milícias apoiadas por Teerã, acrescentou que "os grupos de resistência ajudarão, e o Irã fornecerá qualquer apoio necessário".

O Exército sírio também está recebendo ajuda de tropas russas, que intensificaram ataques nesta segunda-feira em áreas controladas por rebeldes no noroeste, segundo moradores e equipes de resgate. Segundo um comunicado do Exército da Síria desta segunda, mais de 400 rebeldes foram mortos "nas últimas horas" por tropas sírias com a ajuda dos russos.

O líder da oposição na Síria, Hadi al-Bahri, disse que os rebeldes não pararão de lutar até que Bashar al-Assad se comprometa com o processo da ONU e uma transição de poder. "Estamos prontos para começar a negociar amanhã", afirmou al-Bahri.

O Kremlin disse que o governo da Síria terá todo o apoio que precisar contra os rebeldes, e o discurso foi ecoado pelo Irã. O ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, pediu a abertura de um canal de comunicação entre o governo e a oposição sírios e uma reconciliação.

Presidente da Síria promete uso de força contra 'terrorismo'

Os rebeldes se opõem ao governo de Bashar al Assad, que está no poder desde o ano 2000 — Foto: Getty Images

"O terrorismo só entende a linguagem da força, e é com esta linguagem que vamos acabar com ele e eliminá-lo, quaisquer que sejam seus apoiadores e promotores", disse Assad, citado pela agência de notícias oficial Sana, em declarações durante uma chamada telefônica com uma autoridade da Abkhazia, uma região separatista pró-russa da Geórgia.

As forças rebeldes na Síria assumiram o controle da “maioria” do território de Aleppo no sábado (30), de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR).

A ocupação da segunda maior cidade do país marca a primeira vez que os rebeldes que combatem as forças do presidente Bashar al-Assad chegam a Aleppo desde que foram expulsos pelo exército em 2016, segundo a BBC.

A insurgência, liderada pelo grupo jihadista salafista Hayat Tahrir al-Sham e que inclui combatentes apoiados pela Turquia, lançou sua ofensiva na quarta-feira (27) com um ataque duplo em Aleppo e no interior de Idlib, antes de se mover em direção à província de Hamah.

Em um comunicado, as forças militares do presidente afirmaram que as suas tropas se retiraram temporariamente de Aleppo "para preparar uma contra-ofensiva".

Unidades do exército sírio reforçaram suas linhas defensivas durante a noite com armas, pessoal e equipamento adicionais, combatendo ataques de organizações terroristas, de acordo com uma fonte militar da agência de notícias Reuters.

A batalha de 2016 por Aleppo foi um ponto de virada no conflito entre as forças do governo sírio e os combatentes rebeldes, depois que os protestos de 2011 contra o governo de Assad se transformaram em uma guerra, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

A batalha de Aleppo garantiu o controle de Assad em áreas estratégicas da Síria, com facções da oposição e seus apoiadores estrangeiros controlando áreas na periferia.

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