Ministro da Itália celebra concessões ao seu país no acordo UE?Mercosul

A segunda é um "freio de emergência" nas importações. Se a entrada de produtos do Mercosul pressionar os preços internos, as regras poderão ser revistas.

A terceira é a reciprocidade regulatória, segundo a qual produtos importados deverão seguir os mesmos padrões impostos aos produtores europeus, especialmente no uso de insumos, normas ambientais e critérios de qualidade.

Em 2024, Lollobrigida foi um dos ministros que bloquearam o avanço do tratado dentro da União Europeia, exigindo salvaguardas para setores mais vulneráveis da agricultura italiana. Agora, com as novas cláusulas, o acordo deve ser assinado em 20 de dezembro.

O ministro afirmou que o governo Meloni trabalha "desde o início para consolidar as relações comerciais com a América do Sul", mas alertou que isso só pode ocorrer "com regras que permitam resiliência a ambos os sistemas produtivos". Segundo ele, "o Mercosul, para a economia europeia e especialmente para a italiana, é um bom negócio. Mas alguns setores correm riscos, e eliminar totalmente esses riscos é um objetivo estratégico".

Um dos pontos mais sensíveis para a Itália é a proteção das indicações geográficas (IGs), selo que certifica a origem e o método de produção de alimentos tradicionais como os queijos Parmigiano Reggiano e Grana Padano e o presunto de Parma. O país reivindica não apenas manter, mas ampliar a lista de mais de 50 IGs protegidas no acordo. Lollobrigida criticou a circulação de produtos considerados "evocativos" na América do Sul, como o queijo comercializado com o nome de "parmesão", que, segundo ele, induzem o consumidor ao erro.

Rastreabilidade do gado

A ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu, que também participou do Fórum, afirmou que o Brasil tem capacidade de cumprir as exigências europeias de rastreabilidade, mas destacou que a Itália precisa compreender as diferenças estruturais da pecuária brasileira.