O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), aceitou o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e reabriu nesta quinta-feira (16) o inquérito sobre a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal.
Os autos foram disponibilizados à PF no início da noite. A corporação ainda vai decidir qual equipe ficará responsável por retomar as investigações, agora com foco na possível relação entre a interferência da PF com o uso irregular da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante a gestão Bolsonaro. A reportagem tenta contato com a defesa do ex-presidente.
A reabertura foi solicitada na quarta (15) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele disse ao Supremo que a investigação sobre a trama golpista revelou o uso sistemático dos órgãos de inteligência para os planos antidemocráticos do ex-presidente.
"A manifestação é pelo retorno dos autos à Polícia Federal para que seja realizada a seguinte diligência, sem prejuízo de outras que a autoridade policial julgar necessárias", diz Gonet.
A investigação sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal foi aberta em 2020. Na época, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu demissão e disse que Bolsonaro tentou intervir politicamente na PF, com mudança de diretores e na condução de inquéritos relacionados aos seus familiares.
Gonet diz que, pelo depoimento de Moro, a reclamação de Bolsonaro era sobre a "falta de acesso a relatórios de inteligência da PF".
"Imprescindível, portanto, que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferências nas investigações apontadas nos diálogos e no depoimento do ex-Ministro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis", afirma o chefe da PGR.
Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro