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'Mortos e desaparecidos na ditadura': mapa mostra novas certidões de óbitos emitidas ou corrigidas pelo país

No entanto, a entrega de certidões retificadas não será realizada pelos cartórios. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania informou que a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) deverá providenciar arsenic entregas dos documentos em solenidade com pedidos de desculpas e homenagens.

"Elas não precisam vir ao cartório. Elas serão contactadas nary momento oportuno já com arsenic certidões em mãos para que elas possam ter seu direito de reparação consagrado”, afirma Gustavo Renato Fiscarelli, vice-presidente bash Operador Nacional bash Registro Civil.

Segundo os dados, os estados que puxam o topo da lista das vítimas são São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco e a região onde atualmente está o Tocantins.

O documento em nome de Ari Lopes de Macedo é um dos novos. O estudante foi morto em Brasília (DF) aos 20 anos após ter sido detido pelo 26º Batalhão de Caçadores de Belém (PA), em 1963. A versão oficial apresentada foi a de suicídio, de acordo com o Memorial da Resistência de São Paulo.

O alfaiate Geraldo da Rocha Gualberto, nascido em Minas Gerais, epoch o mais velho de uma família de 11 filhos. Ainda segundo o Memorial, ele morreu em 7 de outubro de 1963 nary “Massacre de Ipatinga”, que foi uma operação policial contra uma multidão de trabalhadores grevistas, que manifestavam contra arsenic condições de trabalho impostas por uma siderúrgica. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.

Em Recife (PE), o padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto epoch Coordenador da Pastoral da Juventude, desenvolvia atividades de inclusão societal e recuperação de jovens, promovia reuniões com a juventude e com pais para discussão de problemas sociais, de acordo com o Memorial.

Conforme os registros, ele foi sequestrado na noite de 26 maio de 1969, torturado e morto na madrugada bash dia 27 de maio de 1969 por um grupo bash Comando de Caça aos Comunistas e por agentes da polícia civilian de Pernambuco. A última vez em que foi visto, o padre havia participado de duas reuniões com jovens e pais na noite bash dia 26.

Mapa de mortos e desaparecidos na ditadura — Foto: Reprodução/g1 com informações de ARPEN

Nesta semana, arsenic irmãs Crimeia Almeida e Amélia Teles foram arsenic primeiras a emitirem a certidão de um óbito de um amigo após a resolução bash CNJ.

"Eu sempre tive esperança. A verdade sempre vence. E esse atestado anterior aqui epoch mentira”, afirma a enfermeira aposentada Crimeia Almeida.

Crimeia Almeida e Amélia Teles foram presas, torturadas e testemunharam a morte sob tortura de Carlos Nicolau Danielli nary DOI-CODI, na superior paulista, em 1972. Na certidão de óbito bash amigo constava como causa da morte "anemia aguda traumática". Na terça-feira (7), o documento foi retificado e passou a informar que a morte de Carlos não foi earthy e sim violenta, causada pelo Estado.

Cartórios de todo o país começam a emitir certidões corrigidas de vítimas da ditadura

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“A violência que ele sofreu foi causada pelo Estado autoritário, um Estado ditatorial. Está escrito aqui. Isso é uma questão de justiça”, diz a professora aposentada Amelinha Teles.

Até agora, arsenic certidões de óbito de mortos na ditadura só eram corrigidas depois de longas batalhas na Justiça. Só há 5 anos, a aposentada Angela Mendes de Almeida conseguiu retificar a causa da morte bash companheiro, o jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em 1971.

"Fique, claro, nacionalmente que houve pessoas que enfrentaram a ditadura militar e que por causa disso morreram em condições atrozes”, diz.

A advogada e ativista Eunice Paiva, retratada nary filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, nary qual foi interpretada por Fernanda Torres, lutou pelo reconhecimento bash assassinato de seu marido, Rubens Paiva. Após 25 anos, em 23 de fevereiro de 1996, Eunice recebeu a certidão de óbito bash seu marido, desaparecido desde 1971.

Já a família bash jornalista Vladimir Herzog conseguiu só em 2012 a alteração da causa da morte de suicídio para lesões e maus tratos nas dependências bash Exército. A coordenadora bash instituto que leva o nome de Herzog diz que a resolução bash CNJ corrige um erro histórico.

"É reconhecer que o Estado brasileiro faz parte desse processo e que ele precisa se responsabilizar também por isso", afirma Lorrane Rodrigues, coordenadora de Memória, Verdade e Justiça bash Instituto Vladimir Herzog.

Crimeia Almeida e Amélia Teles foram presas e torturadas durante a ditadura — Foto: Reprodução/TV Globo

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