A MUBI e a FILMICCA são os dois principais serviços de streaming mais assinados entre o público cinéfilo interessado em filmes cult. De um lado, uma plataforma gringa com uma receita milionária e queridinha entre os amantes da sétima arte ao redor do mundo. Do outro, um emergente serviço brasileiro que, em pouco tempo de existência e com menos aporte financeiro, tem se destacado na distribuição de obras independentes e conceituais.
As duas plataformas estão congregadas na distribuição de peças artísticas e autênticas do cinema clássico e moderno. No entanto, ambas contam com elementos diferenciados que deixam a disputa pela atenção (e as assinaturas) dos cinéfilos bastante acirrada. Antes de assinar uma dessas plataformas, confira a seguir esse comparativo do TechTudo onde foram analisadas questões como catálogo, disponibilidade, usabilidade e, claro, o preço para definir qual a melhor plataforma de filmes cult no país.
Aftersun é uma das obras exclusivas da MUBI — Foto: Reprodução/JustWatch Confira a seguir os tópicos em análise nesse comparativo.
- MUBI vs FILMICCA: conheça as plataformas
- Qual delas possui os melhores planos e preços?
- Qual o melhor catálogo?
- Qual a melhor usabilidade?
- Qual possui a melhor curadoria?
- Disponibilidade em assinaturas de empresas terceiras
- Qual possui a melhor interface?
- Melhor acessibilidade em dublagem e legendas
- Conclusão: qual é o melhor?
1. MUBI vs FILMICCA: conheça as plataformas
Queridinha entre muitos cinéfilos ao redor do mundo, a MUBI surgiu inicialmente em 2007, em Londres, pelas mãos do empreendedor turco Efe Çakarel. A plataforma foi criada inicialmente com o nome de The Auters. O nome MUBI só foi instituído em 2010, como uma forma de rimar com a pronúncia de "movie" ("Filme", em inglês). Diferente de muitas outras plataformas do mercado, como a Netflix, o serviço não atua com uso de algoritmos para indicar seus filmes.
As produções são destacadas por meio de curadorias baseadas em diretores consagrados, temáticas específicas e novidades que geram burburinho nos festivais de cinema ao redor do mundo. A plataforma é conhecida por apresentar, em sua maioria, filmes "cult", um adjetivo normalmente usado para descrever obras cinematográficas dotadas de maior visão artística, autoralidade, valor atemporal e prestígio entre críticos de cinema e pesquisadores da sétima arte, além de um culto seleto de admiradores.
MUBI é considerado o streaming para cinéfilos — Foto: Reprodução/MUBI A FILMICCA atua de forma semelhante. O serviço surgiu no Brasil, em 2021, pela curadora Gracielly Pinto. Porém, sua gênese está atrelada ao Supo Mungam Films, uma distribuidora de filmes independentes criada em 2014 por Gracielly e Pedro H. Leite que, em 2020, se tornou uma plataforma de streaming. A mudança de Supo Mungam (um anagrama para o termo em latim "magnum opus", obra-prima) para FILMICCA não afetou em nada a proposta do streaming brasileiro.
O site é focado em obras independentes do cinema autoral que ficaram consagradas após participação em festivais de cinema. Há também no acervo filmes clássicos de diversos lugares do mundo que representam diferentes temáticas, como representatividade negra, feminismo, libertação da Palestina e comunidade LGBTQIAPN+. A plataforma conta com a indicação de personalidades famosas no meio cultural, como os jornalistas brasileiros Marie Declercq e André Barcinski e o grupo PAVIC (Pesquisadores de Audiovisual, Iconografia e Conteúdo).
FILMICCA também conta com curadoria de filmes — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino 2. Qual delas possui os melhores planos e preços?
A MUBI oferece duas modalidades de plano. O valor mais comum é o de R$ 34,90 ao mês, que pode ser pago anualmente no preço de R$ 298,80. Mas a segunda modalidade é um tanto especial. Para estudantes universitários de cinema, a MUBI proporciona uma mensalidade de R$ 21,90. Uma tática não muito comum no mercado de streaming, tento apenas o Spotify (com seu plano Premium Universitário de R$ 12,90 ao mês) como um dos exemplos mais lembrados. Os pagamentos são feitos via cartão de crédito, débito ou PayPal.
Já a FILMICCA custa um valor mais acessível, sendo R$ 24,90 ao mês ou R$ 199,80 por ano. Os pagamentos são feitos via cartão de crédito ou, no caso do valor anual, via Pix. Diferente da rival londrina, aqui não há planos universitários. Por outro lado, o pacote mensal da FILMICCA é apenas R$ 3 mais caro que a MUBI, o que talvez não seja tão doloroso no bolso dos universitários.
FILMICCA apresenta um único valor, que pode ser pago anualmente ou mensalmente — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Para agregar novos assinantes, as plataformas investem em promoções por tempo limitado. Em agosto desse ano, a MUBI garantiu mensalidade de apenas R$ 10,49 por seis meses para novos assinantes. Atualmente, a FILMICCA proporcionou uma oferta onde o plano anual pode ser adquirido por apenas R$ 99,90 no Pix. A promoção é válida até o dia 30 de novembro. Já a MUBI está oferecendo na Black Friday o plano anual por R$ 199 até o dia 1º de dezembro.
Diferenças de valor entre MUBI e FILMICCA
| MUBI | FILMICCA |
| Valor mensal: R$ 34,90 | Valor mensal: R$ 24,90 |
| Valor anual: R$298,80 | Valor anual: R$ 199,80 |
| Plano universitário: R$ 21,90 | Plano universitário: não possui |
| Teste grátis de sete dias | Não possui teste grátis |
| Valor de presente: R$99,90 (3 meses) e R$269,90 (1 ano) | Valor de presente: R$ 99,90 (1 ano) |
| Qualidade em Full HD (1080p) ou, em casos raros, SD (480p) | Full HD (1080p) e 4K |
| Sem comerciais | Sem comerciais |
Quem é a melhor? Filmicca, que apesar de não ter o mesmo benefício de mensalidade estudantil da MUBI, ainda consegue entregar valores bem mais satisfatórios.
3. Qual o melhor catálogo?
Assim como diferentes plataformas que contam com produções licenciadas, grande parte do acervo da MUBI é composta por produções que ficam por tempo limitado no site. Por outro lado, há títulos que são nativos da plataforma. É o caso de longas-metragens consagrados como Aftersun (2022), Drive My Car (2021), Holy Spider (2022), Titane (2021), Estranha Forma de Vida (2023) e Dias Perfeitos (2023).
Apesar de carregar a pecha de proporcionar apenas filmes "cultuados", há espaço no acervo para obras mais comerciais. É o caso da presença de títulos como Garota Exemplar (2014), Akira (1988), Os Outros (2001), Carrie, a Estranha (1976), Um Peixe Chamado Wanda (1988) e O Lado Bom da Vida (2012) até o presente momento. Com isso, a MUBI se destaca por oferecer uma maior variedade de olhares sobre o cinema, tanto no aspecto puramente artístico ou mais popular – ainda que seja provavelmente inviável a presença de filmes de franquias da Marvel, Velozes e Furiosos ou Transformers no acervo.
Catálogo da MUBI apresenta novidades e curadorias — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino A FILMICCA segue uma proposta fincada no cinema independente, mas que abre espaço para títulos hollywoodianos mais intimistas. Por um lado, a plataforma brasileira se destaca pela presença de obras consagradas entre a ala crítica, como Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975), A Língua das Mariposas (1999), Nosferatu (1922), Audição (1999), Eles Vivem (1988) Onibaba - A Mulher Demônio (1964), entre outros. Corpo Elétrico (2017), Branco Sai, Preto Fica (2015), Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar (2019) e O Processo (2019) compõem a ala de títulos brasileiros.
Do outro, há uma grande massa de títulos que são reconhecidamente atraentes para os cinéfilos mais hardcore, mas que pouco engajam outras porções do público a assinarem a plataforma. Young Soul Rebels (1991), A Bruxa do Amor (2016), Alucarda (1977), A Sala de Correspondência (2020) e Cría Cuervos (1976) são alguns dos exemplos. Com isso, vemos que a FILMICCA soa ainda mais nichada se comparado à MUBI, que escolheu ter certas produções de caráter mais comercial em seu acervo, ainda que com certas ressalvas.
FILMICCA conta com diferentes categorias e gêneros — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Quem é a melhor? MUBI, que mesmo carregando a pecha de "plataforma hipster e cult", ainda consegue abrir espaço para diferentes tipos de olhares sobre cinema. Acervo da FILMICCA é atraente, mas soa "diferentão" demais para angariar novos públicos.
4. Qual a melhor usabilidade?
Além de funcionar como plataforma de streaming, a MUBI também reúne outros tipos de conteúdo, como comunidade digital, database de produções, rede social e revista de cinema. Todos esses conteúdos, entretanto, estão mais evidentes na versão para navegadores de celular e tablet. Nos aplicativos para TV e smartphone, o que está em alta é a categoria de cinema, que é onde iremos nos debruçar nesse comparativo.
Antes de começar nesse tópico, aqui vale uma pequena menção ao database de filmes da MUBI, uma espécie de IMDb dentro do serviço. Os títulos presentes nessa ala não necessariamente estão no catálogo de streaming. Essa confusão acontece pois ambas as categorias de obras são apresentadas da mesma maneira. Ainda que a MUBI ofereça uma pequena nota de rodapé no destaque da parte superior da página, esse modo de apresentar dois tipos de serviço online que são díspares pode causar confusão na cabeça de usuários que estão conhecendo o site.
Página inicial dos filmes da MUBI — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino A organização da tela principal ser totalmente voltada para novidades, curadoria e novas coleções, isso é amplamente aceitável e válido. O que complica a navegação é não poder encontrar de maneira fácil todos os filmes presentes na MUBI, uma vez que a plataforma possui um catálogo limitado comparado a outros grandes nomes do setor, como Netflix e Amazon Prime Video. Facilitaria se, pelo menos, as produções fossem categorizadas por gêneros, como drama ou romance, mas a plataforma optou por dividir os longas apenas em curadorias e coleções. Uma pena, pois bastaria apenas utilizar hiperlinks nos gêneros para conectar filmes de um mesmo filão para resolver esse problema.
Agora é a vez de falar da FILMICCA. A plataforma BR é bem mais delimitada no que se propõe a fazer. Ela funciona como streaming, e nada além disso. O que é visto no site é o que está, de fato, presente no catálogo. Não temos dificuldades em encontrar produções. Basta apenas clicar em "Catálogo" e ver todos os filmes presentes, bastando rolar a página até o final para ver o acervo em sua totalidade.
Diferente da MUBI, a FILMICCA oferece a separação por gêneros, o que facilita bastante a busca e o engajamento de assinantes que tem maior preferência por determinado estilo de filme. O serviço não deixa de lado a criatividade e também aposta em curadorias e coleções que abordam diferentes temáticas, o que será tratado no próximo tópico. Outro ponto positivo é o portal manter na seção Minha Lista, onde são reunidos os longas escolhidos pelo assinante, os filmes que ainda não foram assistidos completamente. Assim, fica fácil encontrar filmes que o espectador ainda não terminou de acompanhar.
Página do filme Lobo e Ovelha — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Quem é a melhor? FILMICCA, que usando do conceito de "menos é mais" conseguiu fazer da simplicidade de sua interface um meio prático e eficiente de encontrar novas produções. Recursos existentes dentro da MUBI são interessantes, mas o modo de organização presente na plataforma ainda peca em organização, direcionamento e, pausa para ironia, uma "curadoria" para definir o que é mais relevante para ser exibido em uma plataforma de streaming (ter uma seção de "Trabalhe Conosco" ao invés de uma lista de gêneros não ajuda muito nesse sentido).
5. Qual possui a melhor curadoria?
A curadoria serve como um contraponto humanizado frente ao uso de algoritmos usados em plataformas maiores, como Netflix e Disney+. Ter a indicação de profissionais gabaritados no ramo passa maior credibilidade na hora de indicar uma produção, fazendo com que o espectador não siga apenas uma tendência breve baseada em combinações de dados informáticos, como é feito com os algoritmos.
Logo na tela principal, vemos a comprovação de que a MUBI não trabalha sob as regras de algoritmos. O que está em maior destaque no site são os novos lançamentos da plataforma e as novas coleções de filmes, pequenas seções cinematográficas que correspondem a diferentes temáticas. No momento da escrita desta matéria, a MUBI oferece as seguintes coleções: Orgulho Negro: Dois Filmes com Pam Grier (a atriz estrela do cinema blacksploitation dos anos 1970), Nasce Uma Estrela: Músicos nas Telas (com filmes estrelados por Cher, Madona e o grupo pop Haim), Indies Americanos, E O Oscar Vai..., Cyberpunk Anime, entre outros.
Curadoria da MUBI conta com obras indicadas toda semana — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino A FILMICCA também apresenta um sistema de curadoria que apresenta semanalmente diferentes indicações de filmes para os assinantes. Além disso, o serviço entrega coleções que obedecem gênero cinematográfico, década e temáticas diversas, como Mães e Pais no Cinema, Em Destaque: Festival de Cannes, Memórias Latinas, A Classe Trabalhadora no Cinema e Clássicos Eternos. Há também uma seção de produções mais assistidas até o momento.
FILMICCA conta com a curadoria de personalidades consagradas — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Quem é a melhor? Empate. Cada uma das plataformas oferece serviços iguais dentro da totalidade de seus catálogos.
6. Disponibilidade em assinaturas de empresas terceiras
Até o momento, só é possível acompanhar a FILMICCA nos canais oficiais (site e aplicativo), não estando disponível a assinatura como canal em outras plataformas (Claro TV+ e Amazon Prime Video) ou como benefício em algum pacote de empresa parceira; a exemplo do que é feito na TIM e Claro com os serviços da Netflix, HBO Max, entre outras.
Enquanto isso, a MUBI está presente no Amazon Prime Video por meio do Prime Channels, o catálogo de canais do streaming da Amazon. Essa disponibilidade faz uma diferença enorme quando se trata de apresentar a plataforma para novos públicos, ainda mais quando é oferecido um período de degustação para que o usuário possa conhecer o site gratuitamente por alguns dias e com degustação (no período de Black Friday, é oferecido 30 dias grátis). Porém, assim como a rival brasileira, a MUBI não está presente como benefício em planos oferecidos por empresas parceiras.
MUBI está disponível no Prime Video com degustação de 30 dias durante a Black Friday — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Quem é a melhor? MUBI, por estar presente como canal no Prime Video. Até o momento, só é possível contratar a FILMICCA no site oficial.
7. Qual possui a melhor interface?
Na FILMICCA, cada seção essencial do site é descrita de forma bastante clara, sem nada de importante escondido. Todos os os títulos estão numa dimensão visível para todos e com a possibilidade de acompanhar o enredo de cada obra ao passar o cursor do mouse, além de acompanhar os botões de salvar na lista e obter mais informações. Essas características também estão presentes na versão para aplicativos de celular e TV, de forma muito próxima da versão para navegadores.
A localização dos itens como Minha Lista, Categorias, Ver Catálogo e o perfil do usuário estão localizados em áreas de fácil acesso para o usuário e com ótima leiturabilidade. O player usado nos filmes também mostra a praticidade descrita em concentrar os itens mais necessários (legendas, qualidade de vídeo e configurações). Na página de cada filme, há botões sinalizando o país, a língua, a direção e nomes do elenco. Por outro lado, não há hiperlink para o gênero das produções. Na FILMICCA, as informações de rodapé e de configurações estão bem acessíveis e bem distribuídas, sem correr o risco do usuário ter que clicar em um link para achar um outro link ao infinito.
Filmicca oferece desconto em Passe Anual — Foto: Divulgação/Filmicca Na MUBI, o sistema atualmente opera de forma quase semelhante em termos de streaming (lembrando que a plataforma oferece outros tipos de conteúdo). E aqui vale frisar o "atualmente", pois em anos anteriores a plataforma foi muito criticada pelo uso de uma interface pouco atrativa e funcional nos padrões exigentes do público.
Um fator que gerou muitas reclamações e que ainda continua a ser objeto de discórdia é a cor do site. Desde o surgimento da plataforma, o usuário dá de cada com uma interface extremamente branca, uma escolha um tanto irreverente se comparado à concorrência (incluindo a FILMICCA), que opta por cores mais escuras como forma de dar um descanso à visão do espectador. Para quem acha isso ruim, aqui vai a pior notícia: não é possível alterar a cor branca por uma versão escura, tal como é feito no Instagram, YouTube e Facebook.
A "branquitude" presente na MUBI é um ponto de incômodo para alguns usuários — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Nas páginas dos filmes, todas as informações sobre as obras estão bem claras e organizadas: sinopse, gênero, duração, nome original da produção, títulos relacionados, botões de favoritar e inserir na lista do usuário, nota de avaliação do público e, quando necessário, o tempo de permanência da obra. Rolando página abaixo, é possível ver trechos das resenhas das críticas, passagens por festivais e matérias relacionadas no Notebook, a revista de cinema da MUBI. O player também é positivamente organizado na forma como distribui os botões de legendas, configurações, saída e volume.
Agora, há um ponto que, na opinião deste colaborador, é desnecessário ao MUBI. Trata-se da database que a plataforma oferece. E é justamente esse recurso que mais gera confusões entre assinantes e não assinantes. Isso porque, além de oferecer uma pífia quantidade de filmes se comparado a IMDb e Rotten Tomatoes, muitos confundem as informações do database com o acervo de produções disponíveis na plataforma – principalmente quando acessamos o site sem estar logado, uma verdadeira armadilha para quem quer conhecer o serviço. Para não dizer que não há diferenças, a MUBI insere uma pequena nota de rodapé no canto inferior direito do cabeçalho da página do filme. E só.
MUBI não faz uma distinção muito óbvia entre database e acervo — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Quem é a melhor? FILMICCA, que dá uma lição de UI design à plataforma gringa sobre como devem ser estruturadas as informações (realmente) essenciais de uma plataforma de streaming.
8. Melhor acessibilidade em dublagem e legendas
Esse é o verdadeiro tópico sensível para ambas as plataformas. Tanto na MUBI quanto na FILMICCA há uma quantidade de títulos dublados bem próxima de zero. A legenda em português é mais predominante. Isso tem duas explicações: a primeira é o fato de muitas produções serem independentes e sem grandes produtoras envolvidas na contratação de empresas locais de dublagem. A segunda pode estar na proposta de ambos os serviços em oferecer uma conexão com a língua original e, por consequência, com as atuações do elenco sem intermediários.
Isso prejudica na questão de acessibilidade para pessoas cegas que não tem o conhecimento em línguas estrangeiras, uma vez que os filmes não possuem audiodescrição, um investimento necessário e encontrado em plataformas grandes, como a Netflix.
MUBI oferece diferentes legendas, mas apenas o áudio na língua original do filme — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Até o momento, a FILMICCA possui apenas um filme dublado: A Pequena Vendedora de Sol (1999), drama senegalês que recebeu uma dublagem independente feita pelo projeto Versão Brasileira, que contou com moradores da periferia de Belo Horizonte (MG). Na MUBI, nem os filmes mais populares comercialmente, como O Lado Bom da Vida e Precisamos Falar sobre o Kevin (2005), receberam dublagem.
Focando nas legendas, a MUBI oferece um serviço melhor, justamente por oferecer mais de um tipo de língua na legenda (a depender do filme) e por permitir a troca e retirada quando for conveniente. A FILMICCA utiliza legendas fixas em grande parte de suas obras, um fator negativo para quem quer apreciar o filme em sua língua original sem texto adicional.
A Pequena Vendedora de Sol é o único filme dublado presente na FILMICCA — Foto: Reprodução/Jonathan Firmino Quem é a melhor? MUBI, por permitir a troca e retirada de legendas, ainda que conte com zero filmes dublados.
9. Conclusão: qual é o melhor?
Embora sejam consideradas plataformas de nicho por oferecem propostas semelhantes, MUBI e FILMICCA apresentam características que são um verdadeiro diferencial na hora da contratação. Como visto anteriormente, fatores como preço, catálogo, disponibilidade e acessibilidade podem influenciar na qualidade dessas plataformas na visão do consumidor. No entanto, entre essas duas, houveram dois requisitos onde cada uma se saiu vencedora.
Sob o ponto de vista técnico e financeiro, a FILMICCA é bem melhor do que a MUBI. Em pouco tempo de história, a plataforma brasileira conseguiu evoluir e criar um ambiente de fácil acesso, com preço acessível e acervo que é um sopro de originalidade e autenticidade fora da bolha hollywoodiana de cinema. Todo o projeto do site, de interface à curadoria, marca um diferencial no mercado de streaming que é digno de elogios.
Mas, na categoria catálogo, a MUBI ganha de lavada. Ainda que conte com ótimos filmes distribuídos em coleções e curadorias interessantes, o acervo da FILMICCA não tem força suficiente para conquistar quantidades generosas de novos usuários fora da bolha do cinema independente. A MUBI, por outro lado, consegue proporcionar uma variedade de produções bem mais atraentes que abrangem diferentes abordagens de como fazer cinema autoral, de obras de caráter mais comercial passando por revelações hypadas de festivais e obras intimistas. Nessa cadeia, novos usuários chegam por curiosidade, eles assistem uma produção de uma vertente mais palatável e esta vai puxando para outra completamente diferente.
Com informações de FILMICCA e MUBI
📽️Filmes que são 10/10 e merecem ser assistidos!
Filmes que são 10/10 e merecem ser assistidos!

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