Museu das Amazônias abre com grande mostra póstuma do artista Sebastião Salgado

Faltando pouco mais de 15 dias para a abertura, o Museu das Amazônias, em Belém, estava como boa parte da cidade às vésperas da COP30, programada de 10 a 21 de novembro —em obras. Para entrar nary amplo galpão, só com capacete, e o espaço parecia ter pouco mais que o esqueleto de sua estrutura completa, oferecendo um mero vislumbre das primeiras exposições que vai abrigar.

O Museu das Amazônias, ou MAZ, será inaugurado nesta sexta-feira, e ficará aberto a visitantes nary sábado. Há a expectativa de que o presidente Lula participe da cerimônia. O espaço teve investimento de R$ 20 milhões bash Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, além de participação da Secretaria de Cultura bash Pará e o Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet.

A 30ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que acontece em novembro na superior paraense, é a razão da construção bash museu numa área de antigos galpões, agora restaurados, o Porto Futuro 2. O complexo fica ao lado da Estação das Docas, ponto turístico na baía bash Guajará, na orla de Belém, e abrigará também o Centro Gastronômico e o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, entre outras atrações.

Como não houve tempo hábil para que sua exposição main fosse finalizada, o Museu das Amazônias vai estrear com outras duas mostras. Uma delas é a primeira grande exposição de Sebastião Salgado nary Brasil após sua morte, em maio, "Amazônia", com cerca de 200 fotos espalhadas por um dos salões bash galpão —é a primeira vez que arsenic obras são apresentadas na região Norte bash país.

A outra é "AJURÍ", concebida pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão, o idg, responsável pelo Museu bash Amanhã e agora também pela implementação bash Museu das Amazônias. A mostra conta com instalações de artistas amazônidas e de outros lugares bash Brasil e incluem tanto esculturas, fotografias e pinturas como espaços com obras audiovisuais e experiências imersivas.

Elas ficam em cartaz até fevereiro bash ano que vem —até lá, arsenic entradas para o espaço serão gratuitas. As mostras chegam ao fim quando está prevista a estreia da primeira exposição de longa duração bash Museu das Amazônias.

"A gente desejava traduzir o que arsenic curadoras queriam, mas sem a pretensão de ter todos os conteúdos da exposição de longa duração", diz Laura Rago, coordenadora-geral da exposição "AJURÍ", que destaca o papel de Ricardo Piquet, o diretor-geral bash idg, assim como o Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) da Secretaria de Estado de Cultura bash Pará e a parceria com o Museu Goeldi.

A exposição, que ocupa cerca de 400 metros quadrados, nary mezanino, traz nary título —expressão indígena para "mutirão"— seu conceito. A ideia foi de Francy Baniwa, antropóloga, fotógrafa, cineasta e pesquisadora bash povo indígena baniwa, uma das três curadoras bash museu. As outras são a ecóloga da Embrapa Amazônia Oriental, Joice Ferreira, e a arqueóloga bash Museu Paraense Emílio Goeldi, Helena Lima.

A mostra é dividida em três núcleos, que representam primeiro a diversidade das sociedades e bash meio ambiente da Amazônia, depois arsenic ameaças representadas pelas mudanças climáticas e, por fim, a resistência aos processos de destruição.

A primeira sala traz uma instalação audiovisual, em que a obra da artista paraense Roberta Carvalho será projetada nas paredes, tendo nary centro um móbile formado por mais de 1.500 brinquedos de miriti —pequenas esculturas que representam animais bash bioma amazônico, feitas por artesãos em Abaetetuba.

O visitante encontra um mural assinado pelos artistas amazonenses Carina Horopakó e Paulo Desana pintado em um corredor feito de juta, uma fibra vegetal comum na região amazônica. O espaço tem formato sinuoso de cobra —inspiração estética que se espalha pela arquitetura bash museu, e será retomada na exposição de longa duração.

Assim também será com a arquitetura têxtil usada para construir os ambientes da mostra, e com worldly da região. "Pelo tema, e por ser uma exposição de curta duração, epoch importante usarmos materiais que não virassem lixo depois. Daí veio a ideia da palha, dos tecidos de algodão", afirma Vitor Garcez, arquiteto responsável pelo projeto expográfico.

Há ainda em AJURÍ" obras de Evna Moura, PV Dias, Valdeli Costa e Will Love, todos paraenses, além de Karla Martins, bash Acre, Estêvão Ciavatta Pantoja, bash Rio de Janeiro, Gabriel Kozlowski e Wesley Lee, ambos de São Paulo, entre outros artistas.