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Na crise do metanol, bar especializado em uísque vende mais cerveja e vinho

O que aconteceu

Dono do bar Charles Edward, da zona sul de São Paulo, diz que faturamento caiu 10% desde o início da crise do metanol. O cantor Agenor Dias da Silva, conhecido como Kyko, que abriu o estabelecimento há 30 anos, afirma que clientes habituais e os que fazem parte do "clube do uísque" (um programa de fidelidade responsável por 20% da clientela) não alteraram preferências de consumo nem deixaram de frequentar o local. Já entre os clientes esporádicos, a maioria passou a beber fermentados, e uma pequena parcela parou de ir à casa.

Estabelecimento evidencia selo de bebida original para tranquilizar fregueses. Segundo a administração do Charles Edward, cada garrafa é acompanhada de nota fiscal e selo numerado, garantindo que o produto é original e não foi contrabandeado. O bar diz que há 18 anos só compra bebidas de fornecedores homologados e indicados pelas próprias marcas, a fim de conquistar bônus, descontos e patrocínios.

Clientes antes podiam pagar para levar as próprias bebidas, mas a prática foi recentemente proibida pelo bar por não haver certeza quanto à origem desses produtos. O estabelecimento também envia as garrafas descartadas pela casa a uma cooperativa de reciclagem, na intenção de dificultar que falsificadores as encontrem no lixo.

Sócio do Pasquim Bar e Restaurante, na zona oeste da capital paulista, também sentiu os prejuízos da crise, mas diz que o público está voltando aos poucos. Humberto Munhoz diz que o maior impacto foi no início da crise. Desde então, o estabelecimento recebeu menos pessoas e teve queda de 17% no faturamento mensal. A venda de destilados caiu pela metade e deu lugar a chope e cerveja. Para ele, nunca houve uma mudança tão drástica no comportamento do público, exceto na pandemia.

As pessoas praticamente pararam de consumir destilados por um período, e é justamente daí que vem o nosso ticket [valor gasto por cliente] mais alto. [...] Isso acaba se refletindo também nas gorjetas dos garçons.
Humberto Munhoz, sócio do Pasquim Bar e Restaurante

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