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Navio de guerra dos EUA deixa Trinidad e Tobago em meio a tensões do governo Trump com Venezuela

O destróier, que carrega mísseis poderosos Tomahawk, estava em Trinidad e Tobago —um pequeno arquipélago situado em frente à Venezuela— para realizar exercícios militares em conjunto com o Exército do país. Segundo a AFP, sua partida nesta quinta já era programada.

A presença do USS Gravely em Trinidad e Tobago foi mais um movimento da ampla presença militar dos Estados Unidos no mar do Caribe e aumentou ainda mais as tensões entre os governos Trump e Maduro, em uma campanha do republicano para pressionar o regime venezuelano.

Veja os vídeos que estão em alta no g1

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Durante sua passagem por Trinidad e Tobago, o destróier permaneceu atracado na capital Port of Spain e a unidade de fuzileiros navais norte-americanos a bordo do navio realizou treinamentos conjuntos com as forças de defesa do pequeno país caribenho, cuja ponta ocidental está a cerca de dez quilômetros da Venezuela.

A primeira-ministra trinitária, Kamla Persad-Bissessar, é uma fervorosa apoiadora de Trump e adotou, desde sua posse em maio de 2025, um discurso virulento contra a imigração e a criminalidade venezuelana em seu país. Caracas acusa o novo governo do país vizinho de servir aos interesses de Washington.

Já a Venezuela realizou no último sábado (25) exercícios militares com o objetivo de proteger seu litoral de eventuais "operações encobertas" aprovadas pelo governo dos EUA. Militares venezuelanos foram enviados ao litoral para um dia de exercícios ordenados por Maduro, que anunciaram ontem que os Estados Unidos "estão inventando uma guerra" contra o seu país.

Tensões entre EUA e Venezuela

Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela — Foto: Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos começaram a se intensificar em agosto, quando Washington anunciou o envio de navios e aeronaves militares para o sul do Caribe.

Desde então, o exército norte-americano vem reunindo uma força de navios de guerra, caças, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões no Mar do Caribe. Trump chegou até a admitir ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no país de Nicolás Maduro.

Segundo especialistas entrevistados pelo g1, o motivo do conflito se dá por conta do interesse dos norte-americanos em tentar derrubar Maduro, e pela vontade dos EUA de acessar as reservas de petróleo e às riquezas minerais da Venezuela.

"O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país da América do Sul", declarou Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo Iuperj.

O governo dos Estados Unidos, no entanto, afirma que esses movimentos são somente ações de combate ao narcotráfico.

Lula se dispôs a servir como interlocutor

Mauro Vieira diz que reunião entre Lula e Trump foi positiva e que países esperam acordo em poucas semanas

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se dispôs a servir como um interlocutor no diálogo entre os EUA e a Venezuela. A proposta foi feita durante uma reunião entre Lula e Trump, durante a Cúpula da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur.

Segundo o ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, o presidente brasileiro teria dito que a América do Sul e a América Latina são uma região de paz. A interlocução, segundo o chanceler, viria para "buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas" entre EUA e Venezuela.

"[Lula também disse] que o Brasil estará sempre disposto a atuar como elemento da paz e do entendimento, o que sempre foi a tradição do Brasil e continuará sendo", completou.

Na última sexta (24) – dois dias antes do encontro entre Lula e Trump, o presidente do Brasil afirmou que não concordava que fossem feitos ataques e invasões a outros países sob a justificativa de combater o narcotráfico.

Para o presidente brasileiro, "se o mundo virar uma terra sem lei, vai ficar muito difícil". Lula sugeriu como alternativa que os EUA se disponha a conversa com a polícia e Ministério da Justiça dos outros países.

"Se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer. Onde é que vai surgir a palavra respeitabilidade à soberania dos países? Então eu pretendo discutir esses assuntos com o presidente Trump se ele colocar na mesa", argumentou

"Acho que falta um pouco de compreensão da questão da política internacional", disse Lula sobre a afirmação de Trump de que vai '"apenas matar as pessoas que estão levando drogas para o seu país."

Lula ainda rebateu: "Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também."

O presidente brasileiro mencionou também que o presidente dos EUA não pode apenas dizer que vai invadir e "combater o narcotráfico na 'terra dos outros'", sem levar em conta a Constituição dos países.

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