Negociadores do governo veem como improvável acordo com os EUA nesta semana

"Essa retirada dos 10% não altera nada, não tem relação com o Brasil. Não é boa nem ruim", disse um auxiliar de Geraldo Alckmin no ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Para ele, a expectativa de chegar a um acordo para a trégua temporária de 90 dias da sobretaxa de 40% "segue igual".

Essa fonte pondera que a agenda cheia com COP30, G7 e agora o encontro do G20 atrasou a negociação.

Para Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia, a redução da tarifa de 10% para mais de 200 produtos agrícolas de todos os países é um sinal de que Trump "está ficando incomodado com a inflação".

"Nunca achei que viria um acordo rápido. Trump quer algo em troca para reduzir os 40%. E as negociações não são fáceis. Mas ainda acho que vem acordo, sim", arremata.

Negociadores do governo Lula relatam que os Estados Unidos ainda não apresentaram suas reivindicações ao Brasil. "Concretamente, não. Disseram que têm interesse na discussão dos dois temas: big techs e terras raras", respondeu uma fonte.

O Itamaraty admite que "aguarda a reação deles (americanos)". É uma referência ao documento entregue pelo Brasil no dia 4 de novembro com o pedido de suspensão das tarifas por três meses. A troca de sorrisos de Trump e Lula abriu as negociações. Mas até agora ainda não garantiu seu desfecho.