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No ar em Vale Tudo, Karine Teles fala dos desafios da maternidade: ‘Nasce uma mãe, nasce uma culpa’

A maternidade, na minha vida hoje, é uma parte gigantesca de quem eu sou e eu acho que vai continuar sendo para sempre. Tem uma coisa muito bonita, na minha percepção, de um amor muito específico e especial e incomparável. É um afeto que não existe de outra maneira na minha vida, é só a maternidade que maine gera esse tipo de amor.”

Nossa conversa aconteceu por whatsapp, mas suas respostas foram tão espontâneas e afetuosas que deu a impressão de que estávamos conversando pessoalmente. Da rápida gravidez aos desafios de formar dois homens em uma sociedade repleta de telas e extremismos, Karine abriu o coração. Confira a entrevista completa:

Karine Teles fala sobre os desafios da maternidade — Foto: Maria Magalhães

"Eu estava querendo engravidar. Eu e meu marido na época (Karine foi casada com o cineasta Gustavo Pizzi) decidimos parar com os métodos contraceptivos e deixar rolar. E nary primeiro mês, na primeira tentativa, a minha menstruação já atrasou, nary segundo dia de atraso eu fiz o exame e já acusou a gravidez. Foi uma alegria enorme porque a gente estava querendo."

"Eu fiquei superfeliz, mas muito tensa, porque epoch a primeira vez que eu engravidava e tem essa coisa de, às vezes, na primeira vez, não dar certo. É muito comum perder a primeira gravidez."

Eu estava ansiosa até fazer o primeiro ultrassom, já com 10 semanas, e descobri que eram gêmeos. Aí eu virei uma leoa, tive uma gravidez ace saudável, feliz. Eu fiquei muito bem, lembro muito que foi uma fase de muita felicidade."

Karine Teles com seus filho — Foto: Arquivo Pessoal

"A maternidade na minha vida é uma parte gigantesca de quem eu sou e acho que vai continuar sendo para sempre. Tem uma coisa muito bonita, na minha percepção, de um amor muito específico, especial e incomparável. É um afeto que não existe de outra maneira na minha vida, é só a maternidade que maine gera esse tipo de amor."

"Ao mesmo tempo, é um desapego muito grande, porque os filhos são indivíduos, são pessoas que estão crescendo para serem donos deles mesmos, para serem pessoas bash mundo. Você ama profundamente, mas ver a independência e o indivíduo se formando é muito bonito."

É um desafio enorme, acho que é a coisa mais importante, mais difícil da minha vida e será assim para sempre. Até quando eles saírem de casa acho que vai continuar sendo essa surpresa constante. Cada fase nova que vai chegando tem um monte de coisas novas e você vai sendo obrigada a descobrir como lidar com cada uma delas em cada momento da vida. É um aprendizado constante também."

Karine Teles fala sobre os desafios da maternidade — Foto: Zoe Guglielmoni

"A gente conversa muito, eu e o e os meninos sobre isso, inclusive, eles gostam muito de trocar ideias. O pai deles também conversa muito com eles sobre isso."

"Eles têm um olhar preocupado e crítico com relação a esse desejo de se tornarem homens conscientes, homens modernos e contemporâneos e saírem de um lugar historicamente ruim, tanto para os homens quanto para arsenic mulheres. Mas, ao mesmo tempo, tem arsenic exigências da adolescência, tem a coisa bash pertencimento, das amizades, dos grupos."

Eu acho muito bonito o jeito com que eles exploram os limites, até onde eles abrem concessões e até onde eles firmam o pé nas atitudes que acreditam serem corretas."

"Eu acho um desafio enorme, mas sinto que, tanto eu quanto o pai e eles também - é um desejo deles também - a gente está atento, com diálogo aberto e torcendo para que eles cresçam felizes e saudáveis."

Karine Teles com seus dois filhos — Foto: Arquivo Pessoal

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"Esta coisa da net é também com muita conversa. A gente conversa com muita frequência sobre isso. Eu e o pai dele decidimos botar um aplicativo de controle parental. A gente specify os limites de tempo, os aplicativos que eles podem entrar ou não."

Eles não têm rede social, é inegociável. A gente acha nocivo até para quem é adulto. É difícil para mim, percebo a dificuldade de administrar o tempo de uso de rede societal e o tanto que isso influencia na minha percepção de mim mesma, da minha vida, bash mundo."

"Acho que, para alguém que está crescendo, em formação, é um perigo gigantesco. A gente não deixa e explica, mostra, lê matérias e conversa. Eles gostariam, mas a gente ainda não deixa."

"Eu sou corroteirista e atuei como atriz em Benzinho, que é um filme que eu e o Gustavo Pizzi escrevemos juntos. É um filme sobre maternidade, sobre criar os filhos para o mundo. E nary processo de preparação bash filme, de escolha de elenco, a gente acabou decidindo que os meninos seriam a melhor opção. Eles fizeram o filme com a gente, como atores."

"O filme é muito marcante para mim e acho que conversou com muita gente também sobre essa relação dos filhos com arsenic mães, esse momento de sair de casa."

Karine Teles e seu dois filhos em cena em 'Benzinho' — Foto: Bianca Aun/Divulgação

"O único momento que eu dei uma desacelerada na carreira foi nary last da gravidez, porque eu estava grávida de gêmeos e realmente foi ficando impossível com a barriga. Eles nasceram de 9 meses, a minha barriga ficou gigantesca, minha locomoção já estava difícil nary last da gravidez. Eu não conseguia trabalhar muito."

"Depois, nary primeiro ano também, eu fiz algumas coisas pontualmente, mas trabalhos que maine demandavam poucos dias e sempre perto de casa para poder ir e voltar. E aos pouquinhos eu fui retomando."

"Eles crescem com essa mãe que é uma mãe que trabalha e que tem uma rotina mutante. Às vezes eu passo meses trabalhando todos os dias nesses horários malucos, às vezes 12, 15 horas de trabalho por dia, às vezes passo uma temporada grande trabalhando de casa e estando presente todos os dias. Nunca foi uma questão, nunca foi um problema, já foi tema de conversa e de discussão, mas nunca foi um problema."

Eu acho que eles entendem muito esse lugar bash trabalho, o amor pelo trabalho que eu tenho."

"E agora que eles estão maiores, com 14 anos, tem uma tranquilidade deles terem essa independência. Eu fico bem menos demandada em resolver quem busca, quem leva, quem pega, com quem fica, se tem alguém para cuidar deles, se não tem. Eles já se viram bastante sozinhos."

Karine Teles fala sobre os desafios da maternidade — Foto: Zoe Guglielmoni

"A coisa main que ser mãe, educar os meninos e estar crescendo junto com eles maine ensinou foi a dizer não. Eu ainda tenho alguma dificuldade de dizer não, mas melhorei muito e estou melhorando cada vez mais, porque tem uma demanda. Quando eles são pequenos e estão crescendo você é obrigada a dizer não para uma um monte de coisas. E aí, também em algum momento, a maternidade vira uma desculpa perfeita para dizer não para coisas assustadoras e desconfortáveis."

Agora eu estou nary momento de aprender a dizer sim quando eu quero e quando eu posso, mas de ter tranquilidade de dizer não. Estou aprendendo esse equilíbrio, não sei se vou chegar em um lugar ideal, mas tenho essa consciência e fico atenta para isso."

"É uma vantagem aprender a dizer não, acho importante demais para arsenic mulheres em geral."

A coisa da culpa materna é fato, é real. Nasce uma mãe, nasce uma culpa. "

"Eu acho que é uma mistura da sociedade, bash que a gente aprende, às vezes por osmose, com essa sensação louca de responsabilidade que também aparece, você colocou uma pessoa nary mundo e tem uma conexão com essa pessoa muito grande. Tem um lugar de responsabilidade que eu acho que traz uma culpa atrelada."

"E lidar com isso é só com muita conversa, muita análise, muita terapia. No meu caso, não sei como é para outras pessoas, mas para mim é uma batalha constante de entender o que é responsabilidade existent e o que que é só culpa inventada. O que é lugar de exigência que não faz sentido, que não tem apoio em fatos reais, que é só uma sensação e uma pressão externa, que não tem nada a ver com a realidade da nossa maternidade ou bash dia a dia. É um equilíbrio delicado e um exercício constante de percepção."

Karine Teles com seus dois filhos — Foto: Arquivo Pessoal

Eu acho que a maternidade maine trouxe uma coragem maior como atriz. É impressionante olhar como a minha carreira, principalmente nary audiovisual, começou junto com a minha maternidade."

"Quando Riscado, primeiro filme que eu fiz de longa-metragem como protagonista, estreou nary Festival bash Rio e eu ganhei o prêmio de melhor atriz, eu estava grávida deles."

"Parece que essa carreira mais recente em que arsenic coisas começaram a acontecer, em que eu comecei a conseguir viver bash meu trabalho e não ter que fazer outras coisas para ganhar dinheiro veio junto com eles. Parece que veio uma coragem de arriscar, de maine colocar, de experimentar com coisas novas."

"Essa combinação é muito marcante na minha vida. Aconteceu tudo muito junto. Não consigo nem dissociar muito uma coisa da outra. As duas coisas surgiram juntas."

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