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No último dia de G20, Lula comanda reunião sobre desenvolvimento sustentável e passa presidência do grupo para a África do Sul

Depois, o presidente comanda a sessão de encerramento da Cúpula de Líderes e realiza a transmissão da presidência do G20 para a África do Sul.

Lula também terá uma série de encontros particulares com líderes que estão no G20:

▶️ se reúne com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi;

▶️ oferece um almoço presidente dos Estados Unidos, Joe Biden;

▶️ se encontra com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba;

▶️ se reúne também com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

Além das reuniões bilaterais, Lula e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciarão os resultados de uma rodada de investimentos em saúde.

À tarde, Lula concederá entrevista coletiva aos jornalistas que realizam a cobertura da reunião do bloco internacional formado pelas 19 principais economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.

Na segunda-feira (18), na abertura da Cúpula de Líderes, Lula criticou o dinheiro gasto em guerras em detrimento ao combate à fome, um dos temas centrais propostos pelo governo brasileiro.

“É muito importante o que vamos decidir aqui, e eu tenho certeza de que se assumirmos a responsabilidade no combate à pobreza, podemos ter sucesso em pouco tempo”, declarou.

“Constato com tristeza que o mundo está pior: temos o maior número de conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada.”

Declaração dos Líderes do G20 é aprovada com consenso; veja destaques

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Lula também disse que as desigualdades econômicas geradas, segundo ele, pelo neoliberalismo, causaram o ódio e às ameaças à democracia.

"Não é surpresa que a desigualdade fomente o ódio, extremismo e violência. Nem que a democracia esteja sob ameaça. A globalização neoliberal fracassou. Em meio às crescentes turbulências, a comunidade internacional parece resignada a navegar sem rumo por disputadas hegemônicas.

Permanecemos à deriva, como se arrastados por uma torrente que nos empurra para uma tragédia. Mas o confronto não é uma fatalidade. Negar isso é abrir mão de nossa responsabilidade", afirmou Lula em meio a líderes das principais economias do mundo.

Lula defendeu a taxação de operações financeiras de super-ricos, uma medida defendida por ele para financiar iniciativas de aumento da igualdade econômica no mundo.

"Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar recursos da ordem de US$ 250 bilhões por ano para serem investidos no enfrentamento dos desafios sociais e ambientais do nosso tempo", afirmou.

Em seguida, o presidente brasileiro abordou as guerras em curso no mundo. Lula condenou a invasão da Rússia ao território da Ucrânia e de Israel à Faixa de Gaza.

"Do Iraque à Ucrânia, da Bósnia à Gaza, consolida-se a percepção de que nem todo território merece ter sua integridade respeitada e nem toda vida tem o mesmo valor. Intervenções desastrosas subverteram a ordem no Afeganistão e na Líbia. A indiferença relegou o Sudão e o Haiti ao esquecimento. Sanções unilaterais produzem sofrimento a atingem os mais vulneráveis", argumentou Lula.

O comando brasileiro do grupo começou em 1º de dezembro do ano passado. Ao iniciar a presidência rotativa, o governo do presidente Lula estabeleceu três eixos centrais de discussão para o G20:

▶️ inclusão social e combate à fome e à pobreza;

▶️ transição energética e desenvolvimento sustentável;

▶️ reforma da governança global.

Paralelamente às discussões sobre esses temas, o Brasil também lançou algumas iniciativas, entre as quais:

▶️ G20 Social (com representantes da sociedade civil);

▶️ Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

A diplomacia brasileira defende mudanças em fóruns e organizações internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, para que mais nações tenham voz e influência.

No domingo (17), o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu a modernização das estruturas de governança global e disse que a composição atual do Conselho de Segurança, em que somente 5 países têm poder de veto, reflete um mundo antigo.

"As ameaças que enfrentamos hoje são interconectadas e internacionais. Mas as instituições globais de resolução de problemas precisam desesperadamente de uma atualização, não menos importante o Conselho de Segurança, que reflete o mundo de 80 anos atrás", disse.

Ele falou também sobre a necessidade de ajudar nações mais pobres a enfrentar os efeitos da crise do clima.

"Países vulneráveis enfrentam enormes desafios e obstáculos que não são de sua responsabilidade. Eles não estão recebendo o nível de apoio que precisam de uma arquitetura financeira internacional que está desatualizada, ineficaz e injusta."

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