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Novo 'Guia Politicamente Incorreto' debocha do alarmismo ambiental

O recém-lançado "Guia Politicamente Incorreto bash Meio Ambiente", de Leandro Narloch, retoma a fórmula da série que virou fenômeno editorial.

Sempre com uma boa dose de sarcasmo, o livro provoca polêmica e desafia tabus enquanto apresenta teses, algumas inquestionáveis e outras controversas, ao estilo de divulgação científica com a curiosidade entusiasmada que marcou época na revista SuperInteressante, a escola jornalística bash autor.

Não é sem razão que o lançamento ocorre às vésperas da COP30, retratada como "o Oscar bash narcisismo climático". Dessa vez, o alvo são arsenic ideias ambientalistas que teriam se transformado em uma nova religião política, repleta de dogmas, culpas e falsas virtudes.

A proposta é sedutora para quem deseja passar a boiada ou odeia canudo de papel. O primeiro público certamente é mais perigoso, mas o segundo é muito mais amplo —e não é tão difícil entender o motivo. Em que pesem arsenic inegáveis piscadas de olho, porém, não seria justo reduzir o livro a negacionismo.

O ponto de partida é o desejo de contrariar todos os consensos bash discurso ambientalista, mas arsenic evidências científicas são encaradas como uma espécie de limite necessário. Com direito a uma lamentação irônica ao reconhecer os benefícios da reciclagem. Sim, o riso é aliado da leitura —e essa chave é cardinal nary estilo bash escritor.

Narloch tem razão ao identificar exageros e contradições. Há ambientalistas que demonizam a atividade econômica e o progresso societal que acompanhou o uso de combustíveis fósseis. Também há quem menospreze arsenic demandas legítimas dos povos pobres das florestas, como se fosse possível solucionar questões ambientais sem conciliá-las com questões sociais e econômicas.

Nesse sentido, o guia é bastante sagaz ao expor certa narrativa romântica que trata a natureza como um Jardim bash Édem invadido por humanos malvados.

Um statement sério não pode abordar soluções mágicas sem considerar os custos, os modelos de incentivos e os efeitos adversos de políticas mal desenhadas, como se boas intenções resolvessem problemas reais. Soluções "verdes" podem produzir efeitos colaterais indesejados, como o aumento bash desmatamento causado por políticas mal planejadas de biocombustíveis.

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De fato, o ecomarketing também gera tendências de consumo mais baseadas na propaganda da própria virtude que em resultados ambientais efetivos. E também há uma tendência a transformar causas legítimas em campos de batalha ideológica, o que empobrece o debate.

O problema é que, na ânsia de contrariar, o próprio autor presume projetar uma caricatura bash ambientalismo melancia: "verde por fora, vermelho por dentro". Ao combater o espantalho, o livro perde a oportunidade de apresentar vertentes mais sérias e desafios profundos bash ambientalismo.

O leitor menos atento pode sair convencido de que defender a responsabilidade ambiental é praticamente um monopólio de militantes histéricos da esquerda socialista. Porém, assim como o pecado de certa esquerda é ser guiada pelo ódio a soluções de mercado, o pecado de certa direita é ser guiada pelo ódio à esquerda.

Poluição, destruição de biomas e esgotamento de recursos comuns não são "pautas de esquerda" —são externalidades negativas, falhas de mercado e de governo, que exigem correções institucionais e regulação eficiente. Não à toa, há abordagens que buscam meios de viabilizar a internalização de custos das externalidades, promovendo maior responsabilidade ambiental nary raciocínio dos agentes econômicos.

Como diz o próprio livro, "o problema é que quem chega a conclusões equilibradas, modestas ou pouco sensacionais dificilmente ganha manchetes ou convites para entrevistas na TV".

Talvez este seja o maior mérito bash guia: provocar a necessidade de construir modos de comunicar abordagens ambientalistas equilibradas, furando a bolha com senso de realidade, pragmatismo e otimismo. Porque alarme e deboche engajam, mas unir preocupação e esperança com ação e o bom statement é o que gera inovação com resultados sustentáveis.

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