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Novo presidente da Argentina não terá maioria no Congresso

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Publicado 19.11.2023 14:00 Atualizado 19.11.2023 14:40

Novo presidente da Argentina não terá maioria no Congresso Novo presidente da Argentina não terá maioria no Congresso

Além dos desafios econômicos, o novo presidente da Argentina também lidará com um Congresso dividido. Independente de quem for eleito neste domingo (19.nov.2023), nem Javier Milei (direita) nem Sergio Massa (esquerda), terão a maioria dos assentos nas Casas.

No 1º turno, quando os congressistas foram escolhidos, a coalizão que elegeu o maior número de deputados na Câmara foi o Unión por la Patria, de Massa. O grupo elegeu 108 deputados, 10 a menos do que a atual bancada governista. Para ter maioria na Casa Baixa, eram necessários ao menos 129 deputados.

A coalizão La Libertad Avanza, de Javier Milei, que tinha apenas 3 cadeiras, elegeu 37 deputados. O Juntos por el Cambio, da 3ª colocada Patricia Bullrich, também perdeu espaço na Casa com uma baixa maior do que a bancada do governo: de 118 para 93.

Na 1ª rodada do pleito, os eleitores argentinos foram às urnas para renovar parte do Congresso do país. Estavam em votação 130 dos 257 assentos da Câmara dos Deputados e 24 das 72 vagas do Senado.

Mesmo a coalizão de Milei não conquistando a maioria dos assentos, os deputados das duas maiores coalizões de direita serão a maioria no Congresso, com 130 cadeiras somados. Os deputados de esquerda somam 121. Outros 6 representantes são independentes e não possuem orientação política definida.

Já no Senado, o partido de Massa saiu de 32 para 34 congressistas. O de Bullrich seguiu a mesma tendência da Câmara, e caiu de 33 senadores para 24; enquanto o grupo de Milei passou a ter 8 senadores. As coalizões precisavam eleger ao menos 37 senadores para ter maioria na Casa Alta.

Em entrevista ao Poder360, o economista e cientista político formado pela Universidade de Buenos Aires e professor adjunto da UFRJ, Eduardo Crespo, afirma que, para Massa, o cenário no Congresso não será um problema em um possível mandato.

“Como candidato, ele demonstrou uma enorme capacidade de articulação com governos provinciais. Ele conseguiu, já na campanha, apoio de muitos setores. O Massa demonstrou uma grande habilidade política para conseguir apoio e alianças”, explica Crespo.

O economista também relembra que antes de se tornar ministro da Economia, Massa foi presidente da Câmara dos Deputados, além de ter boas relações com diferentes congressistas: “É um cara que já estava articulando coalizões antes mesmo de virar ministro e candidato”.

Por outro lado, Eduardo Crespo afirma que Milei terá mais dificuldade de articulação no Congresso, o que deve impactar na implementação de algumas propostas de campanha do candidato. “Ele é de um grupo que não tem experiência política, não tem muitos representantes”, disse.

O economista também explica que, dada a inexperiência e pouca influência política, Milei terá que “terceirizar o governo” e que quem deve articular no Congresso é o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri.

“A expectativa é que o Macri ofereça condições de governo, que seja um governo do grupo mais para direita do Cambiemos [coalizão de Macri nas eleições 2015]. Agora, ele [Milei] sozinho, com a Libertatd Avanza, não vai poder governar. É muito difícil”, disse.

Os deputados e senadores eleitos no 1º turno assumem o cargo em 10 de dezembro, mesma data em que o novo líder da Casa Rosada será empossado.

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