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O que acontece após impeachment de presidente da Coreia do Sul

  • Novas eleições
  • O que acontece com Yoon Suk Yeol
  • Como funciona o processo eleitoral
  • O que causou o Impeachment
  • Lei marcial

Segundo a constituição do país, uma nova eleição deve acontecer em 60 dias. Até lá, o primeiro-ministro Han Duck-soo continua a exercer a função de presidente interino. O novo presidente, então, toma posse após a Comissão Nacional de Eleições declarar os resultados.

De acordo com a agência de notícias Reuters, pesquisas já apontam que o líder da oposição, Lee Jae-myung - que perdeu a eleição de 2022 para Yoon por uma pequena margem -, é o favorito para o cargo, sem grandes concorrentes.

O que acontece com Yoon Suk Yeol

3 de dezembro - O então presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial no país. — Foto: Kim Soo-Hyeon/Reuters

O ex-presidente segue respondendo suas acusações no processo de insurreição. Na Coreia do Sul, o crime é um dos únicos em que o presidente do país não tem imunidade. Além disso, a punição prevista para a infração é a prisão perpétua ou pena de morte, embora ninguém tenha sido executado por esse crime em décadas.

O ex-presidente chegou a ser preso em janeiro deste ano, mas deixou a prisão em março após um tribunal anular o seu mandado de prisão.

Em uma audiência do Tribunal Constitucional em janeiro, Yoon e seus advogados argumentaram que ele nunca teve a intenção de impor totalmente a lei marcial, mas apenas pretendia que as medidas fossem um aviso para quebrar o impasse político.

Como funciona o processo eleitoral

No país, as eleições não possuem segundo turno. Isso, diferentemente do Brasil, permite que um presidente seja eleito com menos da metade dos votos.

O mandato é de cinco anos e não há a possibilidade de reeleição. Para votar, o eleitor deve ser cidadão sul-coreano e ter mais de 19 anos.

Em 2022 - última eleição presidencial realizada no pais -, Yoon foi eleito com 48,59% dos votos.

O que causou o Impeachment

Justiça da Coreia do Sul vota impeachment do presidente Yoon — Foto: Reuters

O motivo do impeachment de Yoon foi o decreto da lei marcial por algumas horas em dezembro de 2024. No mesmo mês, o processo foi aberto e ele foi afastado do cargo.

Yoon foi indiciado por insurreição no fim de janeiro por promotores do país.

Na sessão que declarou o fim do mandato do presidente, o presidente interino da Corte, Moon Hyung-bae, afirmou que Yoon violou seu dever como presidente ao tomar ações que ultrapassaram os poderes conferidos a ele pela Constituição. E que os efeitos de suas ações representaram um sério desafio à democracia.

“Yoon cometeu uma grave traição à confiança do povo, que são os membros soberanos da república democrática”, disse ele, acrescentando que, ao declarar a lei marcial, Yoon criou caos em todas as áreas da sociedade, da economia e da política externa.

A decisão pelo impeachment foi unânime entre os oito juízes.

Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; entenda o termo

Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; entenda o termo

Decretada por apenas algumas horas em dezembro de 2024 na Coreia do Sul, a lei marcial é uma medida excepcional, que pode ser usada em momentos de graves crises ou guerras para garantir a ordem pública.

Sua aplicação prevê a imposição de leis militares, o fechamento do parlamento e a proibição de manifestações nas ruas. Os direitos da população ficam restritos e a imprensa é colocada sob tutela.

O decreto publicado pelo governo em dezembro de 2024 listava as seguintes medidas:

  • Todas as atividades políticas, incluindo as da Assembleia Nacional, conselhos locais, partidos políticos, associações políticas, manifestações e protestos, ficam proibidas;
  • Também ficam proibidos todos os atos que neguem ou tentem derrubar o sistema democrático liberal, bem como a disseminação de notícias falsas, manipulação da opinião pública e propaganda falsa;
  • Todos os meios de comunicação e publicações estarão sob controle do Comando da Lei Marcial;
  • Greves, paralisações e protestos que incitem o caos social estão proibidos;
  • Todo o pessoal médico, incluindo médicos em treinamento, que esteja em greve ou tenha deixado o setor médico deve retornar ao trabalho dentro de 48 horas e exercer suas funções de forma fiel. Aqueles que violarem esta regra serão punidos de acordo com a lei marcial;
  • Cidadãos comuns inocentes, com exceção de forças anti-Estado e outros elementos subversivos, estarão sujeitos a medidas para minimizar os transtornos em suas vidas diárias.

Yoon Suk Yeol — Foto: Presidência da Coreia do Sul/Yonhap via AP

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