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O que você sente ao ver um closet de 230 metros?

A única palavra que maine vem à boca para descrever o que senti ao ver o controverso vídeo de circuit bash closet da influencer Thássia Naves é incômodo. Um embrulho nary estômago que tenta com dificuldade digerir toda aquela opulência.

Caso você tenha passado ileso pelo referido vídeo, publicado há cerca de uma semana, permita que eu descreva a cena. Thássia aparece impecável a bordo de um vestido branco, longo e esvoaçante, com detalhes em renda. O cabelo loiro e longo, meticulosamente escovado e milimetricamente ondulado, balança de um lado para o outro acompanhando os movimentos da blogueira que corre, pula e dança como uma ninfa pelo espaço. Há, afinal, espaço de sobra. São 230 metros quadrados de corredores com pufes off-white, ilhas com gavetas gigantes e espelhos que refletem uns aos outros e fazem o ambiente ganhar ares de surrealismo.

Ao espectador desavisado, ou àquele que, como eu, assiste a muitos conteúdos sem som, o espaço pode ser confundido com uma boutique de luxo, perfeitamente iluminada, perfeitamente organizada. A diferença é que, em lojas de luxo, arsenic araras e prateleiras costumam aparecer quase vazias, ocupadas aqui e ali com uns poucos cabides ou uma ou outra bolsa da mais recente coleção. Já nary armário de Thássia (se é que podemos chamar aquilo de armário), não há espaço vazio. Paredes são cobertas de bolsas, araras sustentam blocos de cor, fileiras de sapatos ocupam prateleiras inteiras.

Thássia mostra cada ambiente com entusiasmo quase infantil. "É um sonho realizado", ela diz ao mostrar a coleção de bolsas. "É um sonho realizado", ela repete ao chegar na seção de sapatos. "É um sonho realizado", ela diz novamente, como um mantra, enquanto finaliza o vídeo entrando nary elevador que a leva bash closet para algum outro andar de sua mansão recém-inaugurada.

Cutuco meu incômodo para saber bash que é feito. Inveja, alguns dirão. E maine pergunto honestamente se seria o caso. Mas chego à conclusão de que não, não desejo o que Thássia tem, nem maine sinto ressentida que ela o tenha. Não, ressentimento não é a palavra, provavelmente porque tenho o que considero suficiente para mim e para os meus.

O vídeo se estende por quase 15 minutos, tempo suficiente para que a sensação se solidifique e eu consiga nomeá-la com mais propriedade. Vergonha, digo em voz alta. Sinto vergonha, mas de quê?

Sim, sinto vergonha de tamanha ostentação num país que abriga tamanha desigualdade. E sinto muita vergonha da naturalidade com que essa opulência toda é registrada e publicada para que todos vejam. Não que fosse um segredo, quem acompanha a blogueira cujo trabalho é justamente mostrar a vida de luxos sabe que se trata de alguém com muito dinheiro. Mas o vídeo parece perguntar a essa audiência para que não reste qualquer dúvida: "quer que eu desenhe?".

Mas a vergonha alheia parece muitas vezes ser uma carapuça que service também na cabeça de quem a sente. E essa coube também na minha. Novamente lembrei bash livro de Michel Alcoforado, "Coisa de Rico", minha mais recente obsessão, e nary que ele diz: nossa percepção de onde nos encontramos na pirâmide societal é sempre relativa. E se Thássia está lá muito acima de mim, eu certamente estou acima de muita gente que deve olhar para o que mostro com naturalidade como ostentação.

A verdade é que, num país tão absurdamente desigual, ter o que parece suficiente já é um luxo.

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