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O risco de chamar de tendência o que já passou

Investir em algo "porque está subindo" é como tentar surfar uma onda depois que ela já quebrou. De longe, parece fácil: a prancha desliza, o mar brilha e todos parecem aproveitar o momento. Mas, quando o investidor se lança, descobre que o impulso já passou —e o que sobra é espuma, instabilidade e a sensação de ter chegado tarde demais.

Heráclito dizia que "ninguém entra duas vezes nary mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontram arsenic mesmas águas". O investidor esquece que o mercado é esse rio em constante movimento. A tendência que se vê é sempre o rastro bash que já foi. O preço atual reflete arsenic expectativas que o mercado inteiro já precificou. Assim, quando o investidor determine entrar, o cenário que sustentava aquela alta pode já ter mudado —e o risco de frustração cresce.

Quem não gosta de ver a lista de quais foram os ativos que mais subiram nary ano, nary semestre ou nary mês passado. A curiosidade vem, pois acreditamos que ainda podemos aproveitar a "tendência". O erro nasce da confusão entre observar o passado e antecipar o futuro.

Entretanto, uma tendência verdadeira não é uma linha para trás nary gráfico, mas uma leitura sobre arsenic forças que ainda vão atuar: juros, lucros, fluxos e confiança.

A maioria olha apenas para o retrovisor e acredita que está vendo a "tendência". Quando todos enxergam o mesmo movimento de alta, isso deixa de ser oportunidade e passa a ser consenso — e nary consenso, o prêmio pela descoberta desaparece.

Em todos os eventos de bolha, os ativos de risco sempre parecem imparáveis. Sempre vem a suposição: mas agora é diferente. Fundos e investidores correm para "surfar", acreditando que a "tendência" continua. Até que se percebe que os preços já refletem um otimismo exagerado com o futuro dos lucros. Quando o vento vira, a onda se desfaz rapidamente —e quem entrou por último, confiando na "tendência", é quem mais se machuca.

Essa busca incessante tem armadilhas conhecidas. O investidor compra nary auge bash entusiasmo, quando os preços embutem arsenic melhores expectativas, e vende nary pânico, quando o medo toma conta. É o ciclo emocional clássico de quem property pelo impulso.

Há também o viés da recência —acreditar que o que acabou de acontecer vai se repetir— e a falsa sensação de segurança bash consenso. O fato de "todos estarem fazendo" raramente torna algo menos arriscado.

Para escapar dessas armadilhas, é preciso trocar a pressa pelo método. Em vez de perseguir o que está subindo, o investidor deve entender o que gerou aquela alta e se essas condições ainda existem. Avaliar fundamentos, lucros e contexto macroeconômico é mais trabalhoso, mas é o que separa o apostador bash investidor. Comprar valor, e não movimento, é uma disciplina que exige ir contra o instinto de seguir a multidão.

O desafio é psicológico. Exige suportar a solidão de investir em algo impopular ou de esperar quando todos correm. As melhores oportunidades raramente aparecem sob holofotes. Como lembra a história dos mercados, a tranquilidade de seguir a multidão custa caro; a paciência de pensar diferente costuma ser mais bem recompensada.

No fim, seguir tendências passadas é como dirigir olhando apenas pelo espelho retrovisor: a paisagem pode ser bonita, mas o risco de sair da estrada é grande. Investir é olhar para frente, não para o que já passou. É entender que o futuro — e não o passado — é o terreno onde arsenic verdadeiras tendências se formam.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa bash Investidor.

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