Crédito, Policiamento Antiterrorismo do Reino Unido
Há 4 minutos
Três extremistas neonazistas foram condenados por crimes de terrorismo no Reino Unido nesta sexta-feira (17/10).
Eles estavam detidos desde 20 de fevereiro de 2024, após uma investigação de inteligência que revelou que o grupo planejava ataques violentos, e receberam nesta sexta-feira sentenças de prisão que variam de 8 a 11 anos.
Christopher Ringrose, 34, Marco Pitzettu, 25, e Brogan Stewart, 25, foram considerados culpados em maio de planejar ataques terroristas contra mesquitas e sinagogas.
Stewart foi condenado a 11 anos de prisão, Ringrose, a 10 anos, e Pitzettu cumprirá oito anos em restrição de liberdade.
Ao condená-los no Tribunal da Coroa de Sheffield nesta sexta-feira, a juíza Johannah Cutts disse acreditar que todos eles continuavam fiéis à sua ideologia de direita radical.
A juíza descreveu como o grupo online ao qual o trio pertencia estava se preparando para um ataque a um centro educacional islâmico em Leeds, na Inglaterra, antes de serem presos pela polícia antiterrorista.
Durante o julgamento, descobriu-se que os homens, que se conheciam apenas virtualmente antes de comparecerem ao tribunal, conforme sugerem as investigações, estavam se preparando para usar mais de 200 armas que haviam acumulado, incluindo facões, espadas, bestas e uma arma de choque ilegal.
O promotor Jonathan Sandiford KC disse que os três réus eram "seguidores de uma ideologia nazista de extrema direita" e se autodenominavam um grupo militar armado.
Sandiford disse que, até 2024, eles buscariam mais recrutas e esperavam adquirir armas mais letais.
Ele disse que, em janeiro e fevereiro, eles estavam planejando seu primeiro ataque e identificaram um alvo em Leeds, com a "intenção de cometer atos de extremismo que envolveriam a morte de várias vítimas".
Os três homens foram presos quando os serviços de segurança acreditavam que um ataque era iminente, após policiais disfarçados se infiltrarem no grupo online.
O júri rejeitou os argumentos da defesa de que os réus seriam "fantasistas" sem intenção de executar suas ameaças e considerou os três homens culpados de preparar atos de terrorismo e de coletar informações úteis a uma pessoa que estivesse preparando ou cometendo um ato de terrorismo.
Ringrose também foi condenado por fabricar uma arma proibida.
Crédito, Policiamento Antiterrorismo do Reino Unido
A polícia antiterrorismo disse que o grupo online autodenominado "militante" fornecia uma "câmara de eco de visões de extrema direita, onde compartilhavam insultos raciais horríveis, glorificavam assassinos em massa e incentivavam a violência contra qualquer pessoa considerada inimiga".
O chefe do Policiamento Antiterrorismo do Nordeste do Reino Unido, detetive James Dunkerley, disse que era um grupo que "defendia visões racistas vis e a violência, tudo para sustentar sua mentalidade de extrema direita".
"Parte de sua defesa no tribunal foi que tudo não passava de fantasia ou apenas parte de uma conversa inofensiva, no entanto, todos os três tomaram medidas reais para planejar e se preparar para realizar um ataque a cidadãos inocentes", disse Dunkerley.
Ele afirmou que foi um caso complexo envolvendo várias forças policiais.
Bethan David, chefe da Divisão Antiterrorismo do Ministério Público da Coroa Britânica, disse que os homens planejaram "atos violentos de terrorismo".
"Eles próprios admitiram que foram inspirados pelas táticas da SS [organização paramilitar ligada ao Partido Nazista] e pela ideologia supremacista", afirmou David.
"O processo contra os réus incluía conversas perturbadoras no Telegram e no Facebook, bem como a aquisição de equipamentos militares, como escudos antimotim, coletes à prova de balas e um arsenal de armas encontradas em seus endereços residenciais, que seriam usadas como preparação para uma 'guerra racial'."
Em sua sentença, a juíza Cutts afirmou acreditar que os réus seriam perigosos ao saírem da prisão e estendeu as penas aos três, com períodos adicionais de liberdade condicional de oito anos para Stewart e cinco anos para Ringrose e Pitzettu.
Ela disse que a ideologia do trio foi "exposta" em um dossiê de 374 páginas sobre atividades na internet apresentado ao júri.
"Essas páginas estavam repletas de ódio contra negros e outras raças não brancas, especialmente muçulmanos e imigrantes, com ideias de supremacia branca e pureza racial, juntamente com a crença de que em breve haveria uma guerra racial."
Isso foi somado, disse ela, à "glorificação e admiração pelas políticas e ações de [Adolf] Hitler e do Partido Nazista Alemão, incluindo o antissemitismo, e pelos assassinos em massa que tinham como alvo comunidades negras ou muçulmanas", completou Cutts.
Crédito, Policiamento Antiterrorismo do Reino Unido
No julgamento, que durou nove semanas, foi relatado como os réus formaram em janeiro de 2024 um grupo online chamado Einsatz 14, com "extremistas com ideias semelhantes" que queriam "ir à guerra pela causa que escolheram".
O júri assistiu a um pequeno vídeo postado por Stewart usando um capacete do exército alemão, uma braçadeira nazista e uma máscara facial com uma caveira.
Os promotores explicaram como Stewart discutiu com um policial infiltrado a tortura de um líder muçulmano usando seu "kit de extração de informações".
Stewart se autodenominava "Führer" e nomeou um policial infiltrado chamado Blackheart como "Obergruppenfuhrer" do grupo Einsatz 14, ao qual os outros dois réus também se juntaram.
Os possíveis recrutas recebiam um formulário de seleção e Stewart também desenvolveu uma declaração de missão para o grupo, que afirmava que seus "deveres básicos" incluíam "atacar mesquitas, centros de educação islâmica e outros locais semelhantes".
E ele enviou a Blackheart detalhes do centro educacional islâmico na Mexborough Road, em Leeds, incluindo uma imagem do Google Maps.
O policial pediu a Stewart informações mais detalhadas sobre o plano e ele respondeu que eles poderiam quebrar janelas ou emboscar alguém, foi dito no julgamento.
Os três homens estarão sujeitos a uma Ordem de Prevenção de Crimes Graves por cinco anos após a soltura e a Requisitos de Notificação de Terrorismo por 30 anos.
Reportagem adicional da PA Media
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