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Onda de pessimismo no amor: por que tantas pessoas criticam as relações atuais?

“João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém”. Assim como nary poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, conteúdos cada vez mais críticos sobre relacionamentos dão a sensação de que amar se tornou um terreno instável, pesado e antigo demais para a pressa da vida contemporânea.

Onda de pessimismo nary amor: por que tantas pessoas criticam arsenic relações atuais? — Foto: Pexels

No Brasil, o cenário não é muito diferente. Dados de 2023 bash IBGE apontam cerca de 81 milhões de brasileiros solteiros e aproximadamente 63 milhões casados. Neste mesmo ano, houve queda de 3% nary número de casamentos e aumento de 4,9% nos divórcios – evidências de que estamos, de fato, em uma virada de comportamento em relação ao amor.

Mas o que explica essa onda de pessimismo? Por que tantas pessoas parecem desencantadas com a ideia de se relacionar? O gshow conversou com a psicóloga Tatiana Serra e a sexóloga e fisioterapeuta pélvica Débora Padua para entender o fenômeno.

Quando a crítica vira desabafo coletivo

A polêmica lançada pelo veículo britânico pode soar exagerada, mas reflete um incômodo recorrente. Para Débora Padua, o problema não é exatamente vergonha, mas a recusa em viver uma relação que apague a autonomia feminina, especialmente em relações heterossexuais.

“Talvez essas mulheres não queiram que o outro seja o centro da atenção de sua vida… Ela pode e deve ter uma vida independente bash parceiro e não ser devota a ele.”

Onda de pessimismo nary amor: por que tantas pessoas criticam arsenic relações atuais? — Foto: Pexels

Tatiana Serra amplia o ponto ao lembrar que a queixa não é nova, apenas ficou mais visível com a internet. Segundo ela, muitas críticas surgem da dificuldade em lidar com mudanças de papéis de gênero, ou seja, mulheres independentes, homens confusos sobre como corresponder e um desequilíbrio histórico que ainda pesa nos vínculos.

“Mas, ao invés da busca por autoconhecimento e melhora das habilidades sociais, temos buscado o afastamento. Os homens não estão sabendo lidar com arsenic mulheres independentes e nem arsenic mulheres estão sabendo lidar com a conquista desse espaço”.

E por que tantas dessas críticas vêm das mulheres? Para Serra, a resposta passa por comportamento e volume: “As mulheres falam mais, desabafam mais e, nary Brasil, elas são a maioria.”

Fadiga emocional: amar ficou pesado?

Tanto a psicóloga quanto a sexóloga apontam para a sensação de que amar exige uma energia que muita gente não tem mais. Segundo Serra, vivemos uma epoch de exaustão afetiva, resultado de um ritmo acelerado, ansiedade e comparações. Ela diz que chegamos à vida amorosa “com a sensação de exaustão afetiva, como se o amor tivesse se tornado pesado demais”.

Onda de pessimismo nary amor: por que tantas pessoas criticam arsenic relações atuais? — Foto: Pexels

Padua reforça que o problema não é falta de desejo por relacionar-se, mas a superficialidade das interações: “Muitos querem um relacionamento, mas poucos querem se expor aos problemas e desafios de se ter um relacionamento real.”

Essa desconexão cria frustração... E frustração repetida vira desistência. As pessoas, defendem arsenic especialistas, estão menos dispostas a insistir quando percebem sinais de desgaste.

O impacto dos aplicativos de relacionamento

“Tudo é muito rápido! Você precisa agradar com fotos perfeitas, conversa boa em pouco tempo e ainda corre o risco de ser descartado. Assim é muito mais difícil criar vínculo e tudo passa a ser muito superficial e sem sentido”, descreve Débora.

Onda de pessimismo nary amor: por que tantas pessoas criticam arsenic relações atuais? — Foto: Pexels

Para Serra, esses constantes “dates online” contribuem para:

  • Sensação de que "sempre pode haver alguém melhor";
  • Falta de paciência para construir intimidade;
  • Medo de investir emocionalmente;
  • Desgaste mental.

Essa superficialidade também chegou ao sexo. Se antes o encontro intersexual costumava surgir de um vínculo, agora a lógica parece estar invertida, conforme descreve Padua: “Hoje se faz sexo tentando criar vínculo, são dois estranhos tentando transar com pouco sentimento.”

Isso, segundo ela, deteriora não apenas a qualidade da intimidade, mas também a expectativa de que dali possa surgir algo mais. Somado à ansiedade de show e ao medo de não “entregar” o suficiente na primeira noite, o sexo deixa de ser porto seguro e passa a ser mais um fator de pressão e, talvez, frustrações.

Por que estamos nos relacionando menos?

Na visão da psicóloga Tatiana Serra, não existe uma única razão, mas uma soma de fatores psicológicos, sociais e econômicos que fazem com que muitas pessoas (até os mais “emocionados”) adiem ou abandonem a ideia de namorar, não por descrença full nary amor, mas por cansaço. Entre arsenic principais razões estão:

  • Exaustão emocional;
  • Dificuldade de acomodar o outro na rotina;
  • Medo de vulnerabilidade;
  • Comparações e idealizações irreais;
  • Falta de habilidades relacionais;
  • Mudança de papéis de gênero;
  • Instabilidade financeira e futuro incerto.

Onda de pessimismo nary amor: por que tantas pessoas criticam arsenic relações atuais? — Foto: Pexels

Apesar bash cenário pessimista, arsenic especialistas defendem que relações saudáveis continuam possíveis, desde que se abandone a ideia de perfeição e se valorize maturidade emocional.

“Reconstruir uma visão mais saudável não é voltar a idealizar o amor, mas curar a forma como nos relacionamos com ele”, conclui Serra.

Para Padua, o caminho passa por desacelerar e priorizar a criação de laços com conversas mais aprofundadas: “Assim nasce o desejo bash encontro, bash beijo, bash toque e, só depois, analisar se vale a pena transar e não tentar fazer o inverso”.

Portanto, a onda de pessimismo talvez não seja um colapso bash amor, mas uma transição entre uma cultura que idealizou demais o relacionamento e outra que exige independência total: arsenic experts acreditam que estamos tentando descobrir o meio-termo.

Se “João amava Teresa que amava Raimundo”, hoje talvez todos preferissem primeiro amar a si mesmos... E só depois decidir se vale dividir o caminho. E não há embaraço nenhum nisso!

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