1 mês atrás 23

ONU reimpõe sanções ao Irã

Uma iniciativa da Rússia e da China para adiar o retorno das sanções das Nações Unidas ao governo iraniano fracassou. A proposta previa que a resolução do Conselho que rege o acordo nuclear iraniano de 2015, que expira em 18 de outubro, valesse por mais seis meses, até 18 de abril de 2026.

Apenas quatro dos 15 membros do conselho votaram a favor do projeto de resolução apresentado pelos dois países; 9 votaram contra e dois se abstiveram.

Após a votação, o representante do governo francês na ONU afirmou que o retorno das sanções "não significará o fim da diplomacia" com o país.

Nesta quinta-feira (25), o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que Teerã estava totalmente preparado para enfrentar qualquer cenário e ajustaria suas políticas se as sanções da ONU fossem restabelecidas, embora ainda tivesse esperança de que elas não fossem retomadas.

No mesmo dia, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano atacou os EUA e disse que as declarações americanas sobre negociações com o Irã sobre sua política nuclear são falsas:

"A alegação dos Estados Unidos de um desejo por diplomacia não passa de engano e flagrante contradição; não se pode bombardear um país simultaneamente enquanto se participa de negociações diplomáticas e falar de diplomacia", disse no X.

O anúncio aconteceu logo após a agência da ONU censurar o país por não cumprir obrigações de não proliferação destinadas a impedir o desenvolvimento de armas nucleares em todo o mundo, e em meio a um temor de um ataque israelense em território iraniano.

"A República Islâmica do Irã não tem outra escolha senão responder a essa resolução política", disseram o Ministério das Relações Exteriores e a Organização de Energia Atômica do Irã em um comunicado conjunto.

 'orgulho nacional'

Irã diz que não vai abadonar enriquecimento de urânio: 'orgulho nacional'

A medida deu início a esforços para restaurar sanções contra o país. Foi a primeira censura emitida pela ONU contra o Irã sobre o não cumprimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) – um acordo amplo referendado por 191 países.

De acordo com o acordo, o Irã é legalmente obrigado a declarar todo material e atividade nuclear que possui e permitir que inspetores da ONU verifiquem se as atividades têm fins pacíficos.

O rascunho da resolução da agência afirmava que "as diversas falhas do Irã, desde 2019, em cumprir suas obrigações de fornecer plena e pontual cooperação em relação a material nuclear não declarado [...] constituem descumprimento de suas obrigações."

Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido no acordo de 2015 e próximo, embora ainda aquém, dos 90% necessários para uma ogiva nuclear.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro