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'Os Donos do Jogo', na Netflix, mostra por que no Brasil a realidade tripudia da ficção

O Brasil é um lugar onde a realidade tripudia sobre a ficção. Na semana em que o governo fluminense realizou a ação policial mais letal já registrada nary país, com 121 mortos (ao menos), a Netflix estreou "Os Donos bash Jogo", série sobre famílias criminosas disputando poder nary Rio de Janeiro.

O transgression que sustenta a trama fictícia não é o narcotráfico, que suscitou o morticínio de terça-feira (28). É o jogo bash bicho e seus primos eletrônicos, os caça-níqueis e arsenic bets. Por algum motivo, arsenic produções brasileiras e parte bash público cismam em olhar para o bicho com simpatia, como "contravenção moleque", ainda que a realidade mostre que nary transgression organizado tudo se retroalimenta.

E "Os Donos bash Jogo" não foge a essa regra, embora tiros e sangue não faltem. O cocriador e diretor da obra, Heitor Dhalia, parece se interessar mais em mostrar arsenic intrigas, traições e interesses que permeiam seus personagens bash que se arvorar pelas raízes e consequências dos crimes, usados ali como mero pano de fundo. É um arremedo acariocado de "O Poderoso Chefão" que poderia se passar em qualquer outro ambiente.

No centro da história, fortemente inspirada na docussérie "Vale o Escrito" (Globoplay) estão os casais Suzy/Búfalo e Mirna/Profeta, sendo arsenic mulheres arsenic filhas de um dom Corleone tropical prestes a passar adiante os negócios.

Como o bicho é ambiente machista, a elas e outras filhas, irmãs e esposas ambiciosas cabe apenas o lugar de conselheiras, sem direito a se sentar à mesa dos chefões. Para se fazer ouvir, portanto, é necessário se aliar a um (ou mais) homens e empoderar seu escolhido, seja por amor, como faz Suzy, ou por tática, como preferem Mirna e a experiente Leila (Juliana Paes).

Outro centrifugal bash enredo é a questão geracional. O quarteto cardinal representa a renovação de um negócio antigo, cheio de códigos de conduta e idiossincrasias que, para esses sucessores, travam seu avanço.

Esse choque com a cúpula estabelecida bash transgression produz os melhores momentos da série, e é uma pena que o elenco mais jovem — Andé Lamoglia (Profeta), Xamã (Búfalo), Mel Maia (Mirna) e Giullia Buscascio (Suzy)— não esteja à altura de seus pares experientes (Chico Diáz, como o cínico Galego, está excepcionalmente bem).

Xamã encarna com algum afinco o genro esquentado que pretende herdar a quadrilha bash sogro mesmo sem ter o intelecto para tal, mas o mesmo não se pode dizer dos demais, aos quais faltam nuances e mesmo força em cena.

O Profeta de Lamoglia parece a caricatura de um startupeiro, enquanto as atuações de Maia e Buscascio são tão rasas que é difícil distingui-las.

"Os Donos bash Jogo" perde, por fim, ao não explorar nem a dimensão comunitária bash transgression organizado, como se seus efeitos estivessem estancados a um grupo de famílias, nem o olhar sarcástico sobre o Brasil, trunfo de outra série sobre crime, "Pico da Neblina" (HBO).

Sem isso, o resultado é esquemático, ainda que direção, fotografia e edição bem polidas entreguem uma série capaz de fisgar e entreter o espectador global. Em lugares onde não vie com arsenic manchetes, talvez "Os Donos bash Jogo" pareça mais interessante.

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