Reunidos no Cairo, capital do Egito, os líderes dos países da Liga Árabe alertaram para o que chamaram de "tentativas imorais" de deslocar os moradores da Faixa de Gaza, e pediram a unificação dos palestinos sob a liderança da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), excluindo o grupo terrorista Hamas.
Os líderes árabes concordaram em criar um fundo para financiar a reconstrução da Faixa de Gaza, destruída por 15 meses da guerra entre Israel e o Hamas, e pediram a contribuição da comunidade internacional. No entanto, o plano deve enfrentar a oposição de Israel, que prometeu eliminar o Hamas e descartou um eventual papel da Autoridade Palestina na Faixa de Gaza.
Apresentado pelo Egito, o plano prevê US$ 53 bilhões (cerca de R$ 310 bilhões) para reconstruir a Faixa no prazo de cinco anos, um período equivalente ao estimado pela ONU, segundo um projeto ao qual a agência de notícias AFP teve acesso.
O plano de Donald Trump para Gaza, amplamente criticado pela comunidade internacional, prevê que os EUA assumam o controle do território, a remoção dos 2,4 milhões de palestinos do território para outro local e a construção de uma luxuosa "Riviera do Oriente Médio". Trump até compartilhou um vídeo feito com IA que vislumbra a possibilidade e mostra resorts luxuosos e estátuas de ouro do republicano.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, disse que o plano da Liga Árabe garantiria que cidadãos da Faixa de Gaza possam permanecer em suas terras, enquanto a iniciativa de Trump prevê a sua expulsão para Egito e Jordânia. Sissi, no entanto, não criticou a proposta americana e afirmou que o republicano "é capaz de conseguir a paz" na região.
A primeira etapa do plano egípcio, de seis meses, vai se concentrar em remover os escombros, minas e explosivos, e em criar habitações temporárias para mais de 1,5 milhão de pessoas. Depois, viriam outras duas fases de reconstrução, a primeira para criar infraestruturas básicas e habitações permanentes, e a segunda para construir um porto comercial e um aeroporto, entre outros.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, que acompanhou a reunião, afirmou que a ONU "apoia firmemente" o plano árabe.

ONU e países árabes condenam bloqueio de ajuda para a Faixa de Gaza
O Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza em 2007, após expulsar a Autoridade Palestina, dirigida por Abbas. "O Estado da Palestina assumirá a sua responsabilidade na Faixa de Gaza por meio das suas instituições governamentais, e um comitê de trabalho foi criado com esse fim", anunciou Abbas na reunião.
No cargo desde 2005, o presidente palestino disse que está disposto a organizar eleições presidenciais e legislativas nos Territórios Palestinos "no próximo ano", se "houver condições apropriadas". O Hamas aceitou o plano árabe e a criação de um comitê responsável por administrar o território após o conflito.
Israel disse que o plano árabe "não aborda as realidades" e criticou sua dependência da Autoridade Palestina e da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA). "Ambos demonstraram repetidamente corrupção, apoio ao terrorismo e incapacidade para resolver o problema", afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Israel em um comunicado.
A reunião de cúpula da Liga Árabe no Cairo coincidiu com o impasse nas negociações entre o Hamas e Israel sobre os próximos estágios do cessar-fogo que começou em 19 de janeiro em Gaza.
A primeira fase da trégua terminou no último fim de semana e, para passar para a segunda fase, que em teoria deveria levar a um cessar-fogo permanente, o ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, exigiu a "desmilitarização total" de Gaza, a saída do Hamas do território e a devolução dos reféns sequestrados durante o ataque de 7 de outubro de 2023 em território israelense que desencadeou a guerra.
O Hamas rejeitou imediatamente essas condições, enquanto Israel anunciou a suspensão da entrada de produtos e suprimentos no território palestino.
"As armas da resistência são uma linha vermelha, uma questão não negociável. Qualquer conversa sobre a deportação dos combatentes da resistência ou de nosso povo será rechaçada de antemão", declarou nesta terça à AFP um dos chefes do grupo, Sami Abu Zuhri.
O ataque de 7 de outubro de 2023 deixou 1.218 pessoas mortas no lado israelense, a maioria delas civis, de acordo com uma contagem baseada em dados oficiais e incluindo reféns mortos ou mortos em cativeiro.

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