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Papa Leão XIV: escolha do nome pelo novo papa está entre as favoritas da história da Igreja Católica

O último a selecionar o nome Leão como marca do papado foi Gioacchino Pecci, em 1878.

A escolha do nome faz parte de um ritual do conclave que exige que o ocupante da Cátedra de São Pedro adote um nome imediatamente após ser eleito. "Quo nomine vis vocari?" ("Como quer ser chamado?"), pergunta o cardeal decano ao novo papa.

🤔 Mas como é escolhido o nome do papa? A seleção é feita pelo próprio pontífice. Essa é uma tradição iniciada por Jesus Cristo, que mudou o nome do pescador Simão para Pedro.

Em geral, a escolha do novo nome é uma homenagem ao legado de papas anteriores, a santos da Igreja ou a apóstolos de Jesus.

Veja os nomes mais comuns entre os papas:

  • João (21 vezes)
  • Gregório (16)
  • Bento (15)
  • Leão (14)
  • Clemente (14)
  • Inocêncio (13)
  • Pio (12)

 1ª votação do conclave termina sem eleger novo papa

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Nem sempre os números que estão nas designações indicam corretamente quantos papas já usaram aquele nome.

O mais comum deles é João, que já foi usado oficialmente 21 vezes.

O último papa com esse nome, no entanto, foi João XXIII (1958-1963). A contagem desconsidera dois números por conta de episódios ocorridos durante a Idade Média.

Primeiro, ela exclui João XVI (997-998), que teve sua legitimidade invalidada e hoje é considerado um "antipapa".

Além disso, não existiu um papa João XX na história. João XXI (1276-1277) pulou o número por causa de um erro, descoberto posteriormente, envolvendo os papas de mesmo nome que o precederam.

O terceiro nome mais comum, Bento, também tem numeração confusa. Ao todo, já houve 15 papas com esse nome, embora o último tenha sido Bento XVI (2005–2013). Isso porque o antipapa Bento X (1058–1059) não é incluído na contagem oficial.

O Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger) em visita à cidade de Aparecida em maio de 2007 — Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo/Arquivo

Nomes favoritos e incomuns

Entre os outros nomes favoritos estão Gregório (16 vezes), Clemente (14), Leão (14), Inocêncio (13), segundo a lista oficial da Santa Sé.

O sétimo nome mais comum é Pio (12 vezes), que hoje poderia ser considerado controverso. Pio XII (1939-1958), o último a usá-lo, é acusado por historiadores de ter se mantido em silêncio sobre o Holocausto, o massacre de judeus pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Há também nomes menos usuais, como Simplício, Zacarias e Teodorico, que foram utilizados apenas uma vez na história.

Em teoria, os papas podem adotar seu nome de batismo, mas o último a fazer isso foi Adriano VI (1522-1523), ainda no século XVI. As trocas começaram em 533, com João II. Ele não queria manter seu nome, Mercúrio, por remeter a um deus romano e pagão.

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Do século 20 para cá, o principal motivo apresentado para a escolha do nome foram a admiração e identificação com a doutrina e as realizações de papas anteriores.

Foi assim, por exemplo, com João Paulo I (1978), o italiano Albino Luciani. Primeiro a adotar um nome composto, ele homenageou os legados de João XXIII (1958- 1963) e Paulo VI (1963-1978), seus antecessores.

Papa João Paulo I em foto de arquivo — Foto: Reprodução/Vaticano

João Paulo I morreu depois de apenas 33 dias de pontificado. O polonês Karol Wojtyla o sucedeu e adotou João Paulo II (1978-2005) em sua homenagem.

Em 2005, o alemão Joseph Ratzinger adotou Bento XVI por devoção a Bento XV (1914-1922), apontado como o "papa da paz" por suas ações durante a Primeira Guerra Mundial.

Brasileiro influenciou papa Francisco em escolha

No seu caso , a escolha teve a influência de um "hermano" brasileiro: o cardeal Cláudio Hummes.

Cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, ao lado do Papa Francisco, nos jardins do Vaticano — Foto: Yara Nardi/Reuters

"Na eleição, eu tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um grande amigo. Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a me tranquilizar. E quando os votos chegaram a dois terços, aconteceu o aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o papa", contou.

"Ele me abraçou, me beijou e disse: 'Não se esqueça dos pobres'. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis."

Em 2013, o papa também falou sobre o legado de São Francisco de Assis, que era um homem pobre. Segundo ele, a escolha do nome também refletia a visão que tinha para a Igreja.

"Eu queria uma Igreja pobre, e para os pobres", disse, à época.
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