O favoritismo de Parolin se explica principalmente pela posição que ocupava até a morte de Francisco: aos 70 anos, o cardeal serviu como secretário de Estado do pontífice argentino durante todo o seu papado.
O cargo é uma espécie de primeiro-ministro do Vaticano, também chamado informalmente de "vice-papa", o que faria de Parolin um candidato natural, já que as principais análises apontam para um nome que dê continuidade ao trabalho do papa Francisco.
Além de ter sido o vice-ministro das Relações Exteriores de Bento XVI e embaixador do Vaticano na Venezuela, ele de fato atuou na diplomacia da Igreja Católica durante a maior parte de sua vida — e esse foi justamente um dos motivos para ser escolhido por Francisco como seu vice.
Um dos grandes focos do papado do pontífice argentino foi aumentar o protagonismo do Vaticano na mediação de conflitos pelo mundo e tornar a Igreja Católica um ator importante na diplomacia mundial.
Parolin também foi o principal "arquiteto" da reaproximação histórica do Vaticano com a China, com quem a Igreja Católica sempre teve uma relação conturbada, e o Vietnã.
Mas a mediação com a China comunista pode fazer Parolin perder votos na ala conservadora da igreja: à época do acordo, clérigos dessa ala criticaram abertamente o cardeal italiano por chegar a um acordo aceitando uma intermediação de Pequim na nomeaeção de bispos e arcebispos na China.
Também na ocasião, Parolin defendeu o acordo, afirmando que, embora não fosse perfeito, proporcionou alguma forma de comunicação com o governo de Pequim.
No entanto, foi esse mesmo movimento diplomático que garantiu a também a Parolin um apoio que pode ser decisivo neste conclave: o do chamado "centrão", o grupo de cardeais que não são nem da ala conservadora e nem da mais próxima a Francisco.
São esses cardeais, mais numerosos, que devem decidir a votação e, segundo as principais análises, o grupo busca alguém com perfil pragmático e que dê continuidade à agenda de reformas do papa Francisco.
Parolin é visto como um diplomata discreto e mais pragmático do que conservador ou progressista. Ocasionalmente, ele teve que apagar silenciosamente incêndios causados pelas declarações do falecido papa.
Francisco, um argentino que foi o primeiro papa das Américas, deu entrevistas à mídia e, às vezes, falou de improviso em público.
Uma dessas ocasiões recentes foi quando o papa sugeriu, no ano passado, que a campanha militar de Israel em Gaza poderia equivaler a um genocídio. Parolin concordou em se encontrar com o então embaixador israelense no Vaticano, Raphael Schutz, que lhe disse que Israel queria que o papa falasse mais sobre o direito de o país de se defender.
Já quando Francisco disse que a Ucrânia deveria ter a "coragem da bandeira branca" para encerrar a guerra no país, o comentário atraiu críticas generalizadas de aliados de Kiev, mas foi aclamado pela Rússia. Parolin disse discretamente aos diplomatas que o papa queria negociações, não rendição.
Em outras questões, como a participação de mulheres em cargos de liderança do Vaticano, ele ficou mais "em cima do muro", mas também já mostrou pulso firme: quando foi embaixador em Caracas, por exemplo, defendeu a Igreja contra as iniciativas do então presidente Hugo Chávez para enfraquecê-la.

J10 Entrevista: Diversidade pode influenciar o Conclave?

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5 meses atrás
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