Para aprovar fusão, Cade quer que Petz e Cobasi vendam até 28 lojas

Inicialmente, um estudo da Diretoria de Estudos Econômicos do Cade detectou que, sem restrições, a fusão levaria a uma alta de 15% nos preços dos produtos para animais de estimação onde a Petz e a Cobasi atuam, pois seus competidores morreriam e o mercado ficaria nas mãos das duas. O risco de concentração seria de mais de 40% em 173 localidades. No entanto, nas discussões finais, esse número foi reduzido para cerca de uma centena, segundo técnicos envolvidos na análise do caso.

Ainda segundo os técnicos, os conselheiros estão confortáveis em propor o "remédio" da venda de lojas como condição para a fusão ser aprovada, porque as redes concorrentes Petlove e Petcamp já se apresentaram como interessadas em comprar os estabelecimentos.

Histórico

A junção das duas maiores empresas do segmento de pet shops tinha sido aprovada sem restrições, no início de junho deste ano, pela Superintendência-Geral, porta de entrada dos casos de fusão e aquisição do Cade. Após reclamações da Petlove, o caso foi avocado (termo usado no jargão do tribunal quando um integrante do conselho pede o processo para analisá-lo com mais detalhe).

Em situações assim, o negócio é submetido ao crivo do plenário posteriormente, após o conselheiro instruí-lo novamente.

Ainda há chances de que a sessão seja adiada para a próxima semana, mas os conselheiros consideram essa hipótese remota.

Mais fortes juntos

Pelos termos do acordo de fusão anunciado em abril de 2024, os acionistas da Cobasi receberão 47,4% da nova companhia, e os da Petz, 52,6%, além de pagamento adicional em dinheiro e dividendos. A economia de custos estimada com a combinação das operações chega a R$ 330 milhões com as sinergias.

O Brasil é um dos maiores mercados de produtos para pets do mundo, segundo a consultoria Euromonitor.