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Paraná passa o Rio Grande do Sul em ranking de geração distribuída

Desde 2012, quando a Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu as condições gerais da prática da geração distribuída no Brasil (em que o consumidor produz sua própria energia, normalmente através de painéis solares), o Rio Grande do Sul constantemente esteve entre os três primeiros estados no ranking desse segmento em potência instalada, dividindo o pódio com São Paulo e Minas Gerais. Porém, o mais recente levantamento da Aneel, aponta que o Paraná ultrapassou o Estado, deixando hoje os gaúchos na quarta posição.

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Desde 2012, quando a Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu as condições gerais da prática da geração distribuída no Brasil (em que o consumidor produz sua própria energia, normalmente através de painéis solares), o Rio Grande do Sul constantemente esteve entre os três primeiros estados no ranking desse segmento em potência instalada, dividindo o pódio com São Paulo e Minas Gerais. Porém, o mais recente levantamento da Aneel, aponta que o Paraná ultrapassou o Estado, deixando hoje os gaúchos na quarta posição.

No momento, a potência instalada em geração distribuída no País é de aproximadamente 38,2 mil MW (cerca de 18% da capacidade brasileira de produção de energia elétrica). Entre os estados, os líderes quanto à potência de geração distribuída são São Paulo, com 5,4 mil MW, seguido de Minas Gerais, com 4,7 mil MW, e Paraná, com 3,4 mil MW. Logo depois, vem o Rio Grande do Sul, com em torno de 3,3 mil MW.

O presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, considera que seja possível que as enchentes do ano passado possam ter afetado o segmento no Rio Grande do Sul, oportunizando que o Paraná assumisse a terceira posição. “Quando se tem muitas calamidades no estado, acaba retardando as obras de implantação de usinas”, argumenta o dirigente.

No entanto, Evangelista ressalta que os gaúchos têm vocação para o uso das fontes renováveis e devem recuperar espaço no campo da geração distribuída, muito em breve. No Brasil, o representante da ABGD adianta que a previsão de crescimento da geração distribuída, para 2025, é de cerca de 20% em capacidade instalada e 22% em número de sistemas de produção de energia. “Isso dá quase 900 mil novos sistemas e praticamente 8 mil MW de potência a mais no setor elétrico, ou seja, investimento de mais de R$ 31 bilhões na economia”, frisa o dirigente.

Evangelista salienta que a transição energética é uma pauta global, o que contribui para manter a perspectiva de crescimento da geração distribuída, que se baseia, fundamentalmente, na produção de energia solar, entre outras fontes renováveis. Dentro desse contexto, o gerente de aquisição de energia da Cogecom, Jean Rafael Fontes, confirma que ainda há uma entrada significativa de novos projetos dessa natureza.

Porém, ele ressalta que, particularmente no Rio Grande do Sul, o ano passado foi complexo para o segmento. “Com muitos projetos não sendo conectados (na rede elétrica), principalmente por inversão de fluxo e uma concessionária (RGE) que é bem desafiadora em termos operacionais”, comenta o executivo.
Em nota, a RGE manifesta que “segue estritamente as normas regulatórias para garantir a segurança de operação dos usuários e oferece em seu site todas as informações necessárias para facilitar a regularização de projetos”.

O problema da inversão de fluxo consiste no fato que, originalmente, a rede de distribuição foi planejada para a energia se movimentar em um único sentido, das usinas para as subestações, desse ponto para os transformadores (postes de luz) e deles para as residências e comércios. Quando essas casas ou estabelecimentos começam a produzir energia, a direção vai no sentido contrário até a rede elétrica. Isso é chamado de inversão de fluxo e quando em excesso pode atrapalhar o funcionamento da rede elétrica.

Evangelista admite que a situação realmente existe, em pontos que têm muita geração distribuída, mas não é um fato generalizado e acontece apenas em determinados períodos curtos do dia. “Mas, as distribuidoras estão alegando isso o tempo todo, em todos os horários, em todas as regiões e isso prejudica o número de conexões, com muitos projetos rejeitados, sem (as concessionárias) apresentarem, conforme previsto em lei, o detalhamento técnico porque naquele ponto específico há inversão de fluxo de potência”, enfatiza o dirigente. O presidente da ABGD sustenta que essa questão pode ser solucionada com a modernização de sistemas e das redes elétricas das distribuidoras, assim como com a utilização de baterias.

Além da inversão de fluxo, o gerente de aquisição de energia da Cogecom indica como um problema enfrentado pelo segmento as altas taxas de juros para implantar uma solução fotovoltaica. Apesar disso, Fontes espera que a geração distribuída continue crescendo no País, porém de forma mais moderada.

Ele ressalta que o payback (tempo de retorno do investimento) depende muito das características do projeto, contudo um sistema fotovoltaico instalado no telhado de uma residência, normalmente, leva de quatro a cinco anos para que se pague. Para atender a uma casa, com quatro a cinco pessoas, que consomem de 300 kWh a 400 kWh, Fontes estima um investimento médio que varia de R$ 15 mil a R$ 25 mil, dependendo da proposta da solução que o consumidor queira contratar.

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