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Pauta antidiversidade de Trump chega ao país e afeta empregabilidade trans

"Eu ingressei no McDonald's como um homem gay cisgênero", lembra Tiana. "Me senti acolhida, pois recebi crachá com o meu nome social, posso usar o banheiro feminino e nunca senti preconceito. Ao contrário: sempre fui defendida no ambiente de trabalho", diz Tiana, que é exceção à regra, uma vez que alcançou um cargo de chefia no mercado de trabalho.

Na consultoria PwC Brasil, o analista do setor de inclusão e diversidade é o profissional trans Matheus Vidal, 31, que está há pouco mais de um ano na empresa, mas tem oito anos de experiência no setor. Vidal conta que a PwC concede ao público interno de profissionais trans um auxílio assistencial para hormonização, retificação de documentos e acompanhamento para assegurar o acesso às cirurgias, inclusive de transição sexual, mastectomia e mamoplastia de aumento, por meio do plano de saúde.

Vidal iniciou a transição aos 22, quando estagiava em uma pequena agência de publicidade. No início, teve dificuldades com a família e foi expulso de casa, indo morar de favor por dois anos com uma amiga. Com muito custo, concluiu o curso de Marketing na ESPM, em São Paulo, mas enfrentou dificuldades financeiras e emocionais, chegando a tentar o suicídio enquanto ainda estava na faculdade.

A fase difícil passou, e Vidal hoje celebra o fato de trabalhar com um tema sobre o qual tem espaço de fala assegurado. Sua relação com a família mudou para melhor, mas a batalha ainda é diária. "Até coisas simples, como ir ao banheiro num bar, para nós, trans, é complicado: temos que ir sempre em grupos de três, pois algo pode acontecer e temos que nos proteger", afirma.

Kaique Gollo, do Instituto +Diversidade
Kaique Gollo, do Instituto +Diversidade Imagem: Vitor Monteiro

Hoje analista de projetos do Instituto +Diversidade, como a Feira Diversa, voltada à inclusão profissional da comunidade LGBTQIAP+, Kaique Gollo, 25, afirma que também começou sua carreira como operador de telemarketing, área na qual trabalhou por três anos. Foram anos difíceis. "Lá, tinha de usar o banheiro feminino, e um dia uma pessoa me viu e deu um escândalo transfóbico, dizendo que tinha um homem no local", relembra. "Não sabia se ficava revoltado com o que ocorria ou se ficava feliz, pois significava que minha transição tinha sido reconhecida."

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