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Presidente de Madagascar foge do país após protestos da Geração Z

Siteny Randrianasoloniaiko, líder da oposição no Parlamento, contou à agência de notícias Reuters que Rajoelina deixou Madagascar depois que unidades do exército desertaram e se juntaram aos manifestantes da Geração Z, que vem realizando protestos pelas ruas do país desde 25 de setembro.

"Ligamos para a equipe da presidência e eles confirmaram que ele deixou o país", disse ele, acrescentando que o paradeiro atual do presidente ainda é desconhecido.

Uma fonte militar disse à Reuters que Rajoelina deixou o país em um avião militar francês e, de acordo com a rádio francesa RFI, ele fechou um acordo com o presidente Emmanuel Macron.

O gabinete do presidente, que havia dito anteriormente à agência de notícias que Rajoelina se dirigiria à nação às 19h desta segunda-feira, não respondeu aos pedidos para comentar a fuga.

Tropas se juntaram aos manifestantes

Militares rebeldes em Madagascar dizem que assumiram comando das Forças Armadas

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Um contingente do Exército de Madagascar anunciou neste domingo (12) que assumiu o controle das forças armadas do país, pouco depois de o presidente Andry Rajoelina denunciar uma “tentativa ilegal de tomada do poder”.

Os militares declararam, em vídeo, que “todas as ordens do exército malgaxe, sejam terrestres, aéreas ou marítimas, partirão do quartel-general do CAPSAT”, sigla que identifica o contingente de oficiais administrativos e técnicos.

➡️Em comunicado publicado nas redes oficiais, o governo afirmou que está em curso “uma tentativa ilegal e violenta de tomada do poder” e que o presidente defende “o diálogo como saída para a crise”. O paradeiro de Rajoelina era desconhecido neste domingo, mas, na véspera, seu gabinete havia garantido que ele e o primeiro-ministro “mantinham o controle total das ações” no país.

Manifestantes se reúnem ao redor de um veículo militar em Antananarivo, capital de Madagascar, durante um protesto nacional liderado por jovens contra os frequentes cortes de energia e a escassez de água — Foto: Zo Andrianjafy/Reuters

No sábado (11), o grupo de militares havia se juntado a manifestantes antigovernamentais em Antananarivo, capital da ilha localizada no oceano Índico. A cidade registrou os maiores protestos desde o início das manifestações da chamada Geração Z, em 25 de setembro.

O movimento começou por causa de cortes de água e eletricidade, mas rapidamente se ampliou para críticas à corrupção, aos líderes políticos e à falta de oportunidades no país.

Grupos de soldados de Madagascar se juntaram a milhares de manifestantes na capital em 11 de outubro de 2025, após anunciar que recusariam qualquer ordem de atirar nos manifestantes. — Foto: LUIS TATO / AFP

Uma unidade da gendarmerie (força paramilitar), que até então atuava junto com a polícia para conter os protestos, também rompeu com o governo. Em comunicado transmitido pela emissora Real TV, o grupo afirmou que “qualquer uso de força ou comportamento impróprio contra cidadãos está proibido”, ressaltando que a corporação “existe para proteger o povo, não para defender os interesses de poucos indivíduos”.

Madagascar, um dos países mais pobres do mundo, tem histórico de frequentes levantes populares desde que se tornou independente da França, em 1960. Entre eles, destacam-se os protestos de 2009, que forçaram o então presidente Marc Ravalomanana a deixar o cargo e abriram caminho para o primeiro mandato de Andry Rajoelina. O atual presidente foi reeleito em 2018 e novamente em 2023, em pleitos marcados por contestações e boicote da oposição.

Soldados de Madagascar se unem a manifestantes — Foto: LUIS TATO / AFP

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