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Presidente do Peru declara estado de emergência em Lima

Entre as reivindicações do grupo estão ações contra o aumento da criminalidade. Além disso, os manifestantes pedem a saída do presidente interino, o fechamento do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte para redigir uma nova Constituição.

Protestos da geração Z no Peru nesta quartta-feira (15)

Protestos da geração Z no Peru nesta quartta-feira (15)

As manifestações da última quarta (15), organizadas por meio das redes sociais, se concentraram na Praça San Martín, no centro da cidade. Em Imagens do local, é possível ver jovens incendiando cercas e lançando coquetéis molotov, fogos de artifício e outros objetos contra as linhas policiais. (Veja acima).

A polícia revidou com gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão, segundo a imprensa local. O presidente do país afirmou que ao menos 55 policiais e 20 civis ficaram feridos. Dez pessoas foram presas.

Ainda segundo Jerí, um homem de 32 anos, identificado como Eduardo Ruiz Sanz, morreu nos atos. Em publicação nas redes sociais, o presidente desejou força a família e "que as investigações determinem com objetividade os fatos e responsabilidades".

Além da saída do presidente interino, os manifestantes pedem ações contra o aumento da criminalidade, o fechamento do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte para redigir uma nova Constituição.

  • 👉 Força da juventude: Assim como em outros lugares do mundo, as manifestações no Peru foram organizadas majoritariamente por jovens da "Geração Z". Esse é o nome popular dado às pessoas nascidas entre 1995 e 2009, com algo entre 16 e 30 anos.

Os atos, assim como o desta quarta (15), também registraram feridos e confrontos com a polícia. Eles começaram em setembro, após uma reforma no sistema de aposentadoria do país movida pelo governo de Dina Boluarte, que passaria a obrigar todos os peruanos acima de 18 anos a aderir a um provedor de pensão.

As manifestações também foram impulsionadas por uma insatisfação duradoura da população contra Boluarte e o Congresso, além de um descontentamento de longa data com escândalos de corrupção, insegurança econômica e o aumento da criminalidade no país.

Manifestantes entram em confronto com policiais de choque durante protesto contra o presidente interino do Peru, José Jerí — Foto: CONNIE FRANCE / AFP

O impeachment foi aprovado em votação unânime. Os 122 deputados que votaram a favor formaram o maior número de votos favoráveis em um processo de impeachment no país, mais até que o da votação que afastou o ex-presidente Alberto Fujimori, depois condenado por crimes contra os direitos humanos durante seu mandato.

O pedido de afastamento aprovado menciona graves acusações de corrupção contra Boluarte, incluindo o caso "Rolexgate", que investiga uma coleção de relógios de luxo não declarados. O texto foi assinado por 34 congressistas de diferentes partidos.

O novo presidente é o atual chefe do Congresso, José Jerí. Ele assumiu a presidência interinamente em cerimônia realizada logo após a votação.

Em discurso, Jerí disse que tem o objetivo de fazer um governo de reconciliação e declarou guerra contra o crime. "O principal inimigo está lá fora, nas ruas: as gangues criminosas", afirmou.

Ele tem 38 anos e é membro do partido conservador Somos Peru. Jerí será o sétimo presidente do país desde 2016.

As novas eleições estão marcadas para abril de 2026. O mandato de Boluarte terminaria em 28 de julho de 2026. Jerí afirmou que defenderá a soberania do Peru e entregará o poder ao vencedor das eleições de abril.

Manifestantes entram em confronto com policiais antidistúrbio durante protesto contra o presidente interino do Peru, José Jerí, em Lima, em 15 de outubro de 2025 — Foto: CONNIE FRANCE / AFP

José Jerí toma posse como novo presidente do Peru, por sucessão constitucional — Foto: Reuters via BBC Brasil

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