1 semana atrás 6

Prisão de Bolsonaro mobilizou gabinete de Moraes e PGR na madrugada

A decisão que resultou na prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) mobilizou instituições durante a madrugada deste sábado (22) para que a ação fosse feita de forma célere e sem alarde.

A intenção é que a prisão fosse cumprida antes da chegada de apoiadores do ex-presidente à vigília convocada pelo seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Os momentos cruciais para que Alexandre de Moraes determinasse a prisão de Bolsonaro aconteceram após a 0h. Tanto o gabinete do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) quanto o do procurador-geral da República, Paulo Gonet, tiveram que trabalhar na virada do dia.

A Diretoria de Inteligência Policial da PF alertou Moraes que a vigília convocada nesta sexta-feira (21) tinha o potencial de prejudicar o cumprimento de medidas judiciais tomadas depois que os recursos de Bolsonaro na ação da trama golpista se esgotassem.

Ou seja, a PF defendia que, para evitar tumultos e riscos, Bolsonaro fosse preso antes do fim dos seus recursos à condenação de 27 anos e 3 meses de prisão.

A PF afirmou a Moraes que havia a possibilidade de que a vigília ganhasse "grande dimensão", causasse danos à ordem pública e, além disso, criasse "um ambiente propício para sua fuga, frustrando a aplicação da lei penal".

A ida do deputado Alexandre Ramagem (PL-SP) aos Estados Unidos, também condenado na mesma ação de Bolsonaro, reforçou esse argumento.

A situação se agravou quando o Supremo foi informado nas primeiras horas do dia pelo centro de monitoramento do Distrito Federal que houve uma violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro às 0h08 desde sábado.

Antes de ordenar a prisão, Moraes pediu uma manifestação ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que também se posicionou de forma urgente durante a madrugada.

A manifestação de Gonet, que não se opõe ao pedido da PF para que a prisão fosse determinada, foi assinada à 1h25 deste sábado. Depois disso, Moraes assinou a decisão ordenando o cumprimento do mandado.

Ele também avisou da prisão para ministros da Primeira Turma do Supremo, que irão analisar na segunda-feira, de forma virtual, a decisão de Moraes. Além dele, integram a turma Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

A pedido de Moraes, o ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma do STF, marcou para segunda-feira (24) uma sessão extraordinária para referendar a ordem de prisão. A análise será feita das 8h às 20h no plenário virtual do tribunal, sistema em que os ministros inserem votos sem a realização de debate.

A previsão é de que haja consonância na Primeira Turma a favor da prisão. Apesar disso, nem todos os integrantes do STF concordam com essa detenção preventiva de Bolsonaro. Um dos membros da Segunda Turma diz, sob reserva, que achou a decisão desnecessária.

Bolsonaro foi levado na manhã deste sábado para uma chamada "sala de estado maior" na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele retirou a tornozeleira eletrônica.

De acordo com a PF, a cela de Bolsonaro tem 12 m², com cama de solteiro, frigobar, TV, ar condicionado e um banheiro privativo.

Após a prisão, os advogados de Bolsonaro disseram em nota que a prisão foi baseada na realização de uma "vigília de orações", garantida pela Constituição, e que a determinação de Moraes causou "profunda perplexidade".

Os advogados Celso Vilardi e Paulo Bueno, que defendem Bolsonaro no processo da trama golpista, afirmam ainda que irão "apresentar os recursos cabíveis", em uma nota distribuída no fim da manhã.

"A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações", diz a nota.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro