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Procurador-geral da Venezuela diz que González 'será preso automaticamente' se entrar no país

O opositor Edmundo González, que reivindica vitória na eleição presidencial da Venezuela, "será preso automaticamente" caso entre no país, afirmou o procurador-geral venezuelano, Tarek Saab, em entrevista à agência AFP.

“Ele sabe que, se entrar na Venezuela, será automaticamente detido”, disse Saab.

A oposição de Maduro, liderada por María Corina Machado e por González, afirmam que o opositor venceu o presidente no pleito e que têm provas disso. Eles publicaram as atas eleitorais de cerca de 80% das urnas do país em um site.

Corina Machado está sob investigação criminal por violência pós-eleitoral, assim como González Urrutia. Maduro acusa ambos de serem os mentores de uma onda de manifestações populares após a divulgação do resultado da eleição e disse que ambos "deveriam estar atrás das grades". O procurador-geral não especificou à AFP se há um mandado de prisão para Machado.

“Ela está sendo investigada nos termos que eu já divulguei de forma suficiente, pública e notória”, respondeu Saab de forma evasiva, segundo a AFP.

González diz que retornará à Venezuela para posse

Nicolás Maduro e Edmundo González — Foto: Federico PARRA/AFP

Edmundo González, candidato do partido de oposição da Venezuela, afirmou em 4 de outubro que pretende retornar ao seu país no 10 de janeiro, para tomar posse como "presidente eleito".

"Voltarei à Venezuela o mais rápido possível, quando restaurarmos a democracia em nosso país... Vou tomar posse como presidente eleito no dia 10 de janeiro", afirmou ele aos repórteres.

Centro Carter e atas eleitorais

O Centro Carter foi um observador das eleições venezuelanas, ocorridas em 28 de julho, nas quais o mandatário Nicolás Maduro foi proclamado vencedor para um terceiro mandato de seis anos, em meio a denúncias de fraude.

"Acabo de receber o que foi enviado por correio internacional e gostaria de compartilhar com vocês depois da sessão para que possam ver que estas são atas originais da Venezuela que têm um código QR muito significativo", afirmou Jennie Lincoln, assessora para a América Latina e o Caribe do Centro Carter.

Jennie disse também perante a OEA em Washington que o código QR "permitiu às testemunhas, aos observadores eleitorais de milhares e milhares de centros de votação, recolherem informação de maneira sistemática a partir de dados originais produzidos pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) venezuelano".

"Este é o ponto-chave destas eleições", insistiu Jennie Lincoln.
Os dados "demonstram que Edmundo González obteve mais de 67% dos votos e Nicolás Maduro conseguiu 31%", mas "a responsabilidade" de proclamar esse resultado recai sobre a autoridade eleitoral, disse a representante do Centro Carter.

Não só a oposição conhece os "verdadeiros resultados" das eleições, mas também "o governo", o CNE e "os militares" porque o sistema de votação eletrônica "funcionou", apontou Jennie Lincoln.

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