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Produção de carbono cresce com o avanço dos modelos generativos de IA

O uso da Inteligência Artificial (IA) está diretamente relacionado ao aumento da pegada de carbono, segundo alguns estudos, como o da KnownHost, publicado no site da empresa americana de hospedagem em dezembro de 2024. A mesma pesquisa indica que os serviços de IA produzem mais de 260.930 quilos de dióxido de carbono por mês, equivalendo a 260 voos entre Nova Iorque e Londres. Isso ocorre devido ao excesso de processamento necessário para alimentar os modelos generativos de IA com enormes volumes de informações. Essa operação exige o uso de supercomputadores equipados com milhares de GPUs, que trabalham em conjunto durante semanas ou meses.

Com isso, uma quantidade considerável de eletricidade é usada para que esses servidores funcionem ao mesmo tempo, e quanto mais energia esse processamento usa, mais dióxido de carbono (CO₂) é emitido. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o gasto de energia de data centers, dos setores de IA e criptomoedas pode dobrar no mundo em 2026. Considerando que em 2022 esses centros de processamento de dados consumiram entre 1% e 1,3% da energia do planeta e em 2023 o consumo foi de 4,4%, a IEA alerta que é possível que esse valor triplique até 2028.

 Reprodução/Gabriel Pereira ChatGPT lidera entre os softwares de IA, com a maior produção de dióxido de carbono por mês — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

Impacto ambiental acumulativo

Ainda conforme o estudo da KnownHost, a ferramenta ChatGPT, que conta com mais de 164 milhões de usuários mensais, tem a maior produção de CO₂ entre os softwares de IA. Este sistema ciberfísico produz, em média, mais de 260.930 quilogramas de dióxido de carbono por mês, embora ele tenha uma produção por visualização por página de 1,59g, um valor inferior a de outras cinco ferramentas analisadas na pesquisa. É importante destacar que mesmo que as interações individuais com chatbot pareçam poucas, vale lembrar que a grande base de usuários do software resulta num impacto ambiental cumulativo, ou seja, a soma de todas essas pequenas emissões é relevante.

Consumo de água também preocupa

Além do uso de eletricidade, outra preocupação é a grande quantidade de água necessária para resfriar os componentes físicos utilizados no treinamento e no ajuste de modelos de IA generativa, gerando impactos diretos no abastecimento de água e nos ecossistemas locais. O aumento no número de pessoas e empresas que utilizam essas tecnologias para gerar textos, imagens, códigos e outros conteúdos exigiu o uso de componentes mais especializados, como GPUs, TPUs e supercomputadores. Para resfriar os centros de dados, que absorvem o calor gerado pelos equipamentos de computação, é utilizada água gelada. Calcula-se que sejam necessários cerca de dois litros de água para o resfriamento a cada quilowatt-hora de energia consumida.

Em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp, publicada em março deste ano, Thais Batista, cientista da computação e presidente da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), destacou que todas as atividades digitais, como navegar na internet, acessar redes sociais, participar de videoconferências e enviar fotos, têm impacto sobre o meio ambiente. As chamadas big techs, como Google, Microsoft, Apple, Amazon e outras grandes multinacionais de tecnologia, comprometeram-se a zerar suas emissões de carbono até 2030. No entanto, ainda não há evidências de que esse objetivo será alcançado.

Essa matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Conheça o projeto aqui 👈

 Divulgação/Um Só Planeta Um Só Planeta atualizado — Foto: Divulgação/Um Só Planeta

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